quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

FESTIVAL DE CHAROLAS


A Casa do Povo de Conceição de Faro, leva a efeito , o 30ª. Festival de Charolas, o qual terá lugar como habitualmente no seu salão, a partir das 16,00 horas, do próximo Domingo, 2 de Janeiro de 2011.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

FESTAS Nª. Sª. CONCEIÇÃO


Vão decorrer a partir do próximo fim de semana as tradicionais Festas em Honra da Imaculada Conceição, padroeira da nossa freguesia.

Do programa destacamos:

Domingo, 5
  • Almoço Convivio
Quarta-Feira, 8
  • Alvorada com repique de sinos
  • Eucaristia Solene
  • Procissão
  • Actuação da Banda da Associação Filarmónica de Faro
  • Consagração e Benção da Imaculada
  • Arraial - Quermesse - Leilão de Ramos
  • Actuação do Rancho Folclorico da Casa do Povo de Conceição 
Como habitualmente as Festas contam com dois juizes que este ano são: -Soraia Manuel e Gonçalo Campina.

A oganização pertence á Comissão de Festas da Paróquia que tem os apoios da Casa do Povo, Junta de Freguesia, Camara Municipal e ainda de várias empresas e empresários.
Á semelhança de anos anteriores, colabora também com a Comissão de Festas, o Paço Branco - Clube de Amigos de Ciclomotores Antigos.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

ENGENHOCO


O Engenhoco é um engenho de nora, assim designado por ser de pequenas dimensões e simplificado.

Este engenhoco está colocado com a sua pequena roda de alcatruzes (roda dágua) metade dentro da nora, isto é o seu eixo (viga) está ao nivel do solo, apoiado em cada um dos lados do pequeno gargalo.

Este engenho tal como os de maiores dimensões é feito em ferro e tem um prumo (eixo) vertical de onde saiem a almanjarra ou varal e a guia para prender a besta, actuando em duas rodas dentadas horizontal e vertical (roda do sol) sobre um eixo horizontal (viga) que encaixa na roda de alcatruzes (roda d'água).

O passeio da besta, é feito á volta do gargalo da pequena nora (sanja).

Estes engenhocos de reduzido tamanho, apenas se utilizavam em noras (sajas) de pouca profundidade e pequenas dimensões, como é o caso das três que existem no sitio do Paço Branco, na freguesia de Conceição de Faro, junto á EN 2, do lado direito, em direção á cidade de Faro.

No Paço Branco, existem várias nascentes que até há poucos anos atrás brotavam água todo o ano.

Em tempos remotos alguma dessa água foi canalizada numa levada subterrânea paralela á estrada que passa por essas pequenas noras.

Um pouco mais á frente cruza a estrada, junto ao Blé Graça que tem uma pequena pelheita para poder tirar a água.
A seguir á pelheita um pouco mais á frente a água vem á superfície  e corre pela valeta da própria estrada, até entrar na horta e ir encher o tanque do Dr. Esquível, já nas Campinas de Faro (uma parte desta água quando em demazia, seguia valeta abaixo, sempre no lado esquerdo da E.N.2, passava pelo Chelote e Bate Cú, até á ribeira da Goleta na Perna de Pau) .

A água sobejante do tanque era encaminhada novamente para a valeta mas agora da estrada de Conceição para Faro, correndo para a ribeira da Goleta e daí até á ria de Faro.

Resta dizer que no Paço Branco para além destes três engenhocos, existe outra curiosidade que é a nora dos três engenhos.
Uma nora onde trabalhavam três engenhos que por sua vez iam abastecer três diferentes tanques. Devido á grande quantidade de água que podia ser retirada da nora os engenhos podiam trabalhar em simultâneo.

Acrescento a titulo de curiosidade que:
  1. Almanjarra, é o varal que prende ao prumo, onde através do balancim com os tirantes (correntes ou cordas) se atrelavam pelo cangalho, os animais;
  2. Guia, é o varal preso igualmente ao prumo onde se prendia á frente pelo cabresto com a arreata, o animal;
  3. Entre-olhos, é um apetrecho feito em palma ou outro material que se colocava na cabeça do animal para lhe tapar os olhos, para evitar que almareasse com o andar á roda;
  4. Roda d'água, é a roda composta por dois aros, separados pelas costas. Em cada costa uma patilha onde encaixa a corda com os alcatruzes;
  5. Roda do Sol, é a roda que fica na outra ponta da viga que a liga á roda d'água;
  6. Sanjas, é o nome pelo qual em alguns lugares designavam estas pequenas noras cujos gargalos não eram redondos, mas sim rectangulares;
  7. A pelheita (ou pulheita) é uma pequena caixa que existe junto ao tanque, envolvendo a sua válvula de saída, fazendo de caixa de derivação, controlando também a força e a pressão de saída da água do tanque para a levada ou para o rego.Ao longo das levadas também se usam as pelheitas como caixas de derivação;
Nota: -Para a identificação de algumas destas peças tive a colaboração do amigo Agostinho Santos Tangarrinha que agradeço.

sábado, 6 de novembro de 2010

TALEFE


Conheço-o desde a minha infância porque nasci a pouco mais de uma centena de metros da sua localização.

Está no sitio dos Caliços quase no extremo nascente da fazenda do "Agostinho" mesmo em cima do valado que faz a partilha daquela propriedade com um pequeno mato meio abandonado.

Na infância, a curiosidade levava-me a  ir pela vereda que serpenteava entre aroeiras, tojos e tomilhos, para subir ao seu cimo. Naquele tempo, lá de cima, avistava-se algumas casas dispersas, alfarrobeiras, figueiras, o valado e o mato em redor.

Para sul aparentemente a curta distância até á linha do horizonte, podia ver o mar que em dias claros reflectia a luz do sol como um grande espelho.
Se lá fosse á noite, veria um espectáculo de luzes trémulas que me pareciam as de uma procissão, todas muito alinhadas correspondendo ás traineiras que no mar efectuavam a sua faina de pesca nocturna.

Quanto ao "Talefe" não sabia ao certo para que servia, mas habituei-me a respeitá-lo porque tinha sido advertido pelos meus pais para não lhe causar qualquer estrago, caso contrário, seria castigado pela tropa ou pela guarda.

Na escola aprendi que o seu verdadeiro nome era "Marco geodésico" e que era muito útil para a orientação da tropa. A partir desse conhecimento fiquei a respeitá-lo mais, embora não compreendesse como é que orientava a tropa se eu nunca tinha visto por ali qualquer tropa.

Hoje o nosso "Talefe" ainda lá está. Talvez já não oriente a tropa, mas mantém-se num dos pontos mais altos da freguesia de Conceição de Faro.

Não sei ao certo a sua idade, sei que foi construído pelos militares, na década de 40 para 50, do século passado.

Resta dizer que o velho valado de caliço foi construído alguns anos antes, por um pedreiro residente nas redondezas que se chamava João Rodrigues Pereira, com a ajuda do seu filho mais velho João Rodrigues.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

AZINHAGA

"... associada ás boas recordações de infância."


Há muito tempo que este nome andava na minha cabeça, sem saber ao certo a razão destas recordações, nem tão pouco onde seria a tal Azinhaga.

Recordava-me vagamente de que na minha infância passava por uma Azinhaga.

Um caminho estreito, com muita areia, ladeado por altos montes onde a espaços existiam canas que pendiam sobre o mesmo, tornando-o sombrio, ao mesmo tempo que fresco. É esta imagem que trago na memória.

Mas na Conceição de Faro não conheço qualquer caminho que se possa considerar uma Azinhaga e não sei porque a recordava.

Ontem por acaso ao comentar com a minha mãe a proximidade do dia da Feira de Faro, ente outras coisas ela fala-me de um atalho que quando vivíamos no Sitio dos Caliços costumávamos usar passando pela Azinhaga que da Galvana dava acesso á estrada da Caldeira do Neto, indo sair um pouco mais abaixo do Porto do Carreiros, a caminho de Faro e da Feira anual.

Esta seria a  Azinhaga das minhas recordações, por onde passei várias vezes, a pé ou de burro, a caminho da Feira. Por muito que procurasse não a encontrava porque hoje já não existe.

Haviam dois acontecimentos a que os meus pais nunca faltavam, a Festa em Honra de Nossa Senhora da Conceição e a Feira de Faro.
Estes eventos fazem parte da minha vida de tal forma que também eu, nunca faltei a qualquer um deles.

Para as gentes de Conceição de Faro, há alguns anos atrás, a Feira de Faro tinha tanta importância que nos dois dias principais 19 e 20 de Outubro, fazia-se uma espécie de feriado popular e toda a gente vestia a roupa domingueira e ia á Feira.

As pessoas iam estrada fora acabando por formar grandes grupos a caminho da Feira que se realizava no Largo de São Francisco e ruas limítrofes.

Excepcionalmente nestes dois dias as camionetas da carreira, antigos autocarros, esqueciam os horários e os locais de paragem oficiais, fazendo o transporte continuo das pessoas, parando em qualquer lugar, para receber passageiros que transportavam para a Feira.

Quanto a mim não fiquei totalmente ciente em relação á Azinhaga da Galvana, nem tão pouco ao motivo porque a recordo agora, pelo que continuo procurando.

Talvez algum amigo ao ler este texto, saiba mais sobre esta e outras Azinhagas que tenham existido na Conceição de Faro ou nas suas imediações e queira partilhar aqui esse conhecimento.

Ontem á noite falei com o Faustino que me confirmou a existência da Azinhaga da Galvana que aliás passava junto a uma das suas propriedades. Esta Azinhaga era o caminho mais perto para a cidade de Faro, para as pessoas que residiam na parte nascente da freguesia.

Segundo o Faustino, da Torre de Natal para a Galvana, também existia uma Azinhaga onde actualmente é a estrada.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

PÉ DE MEIA

"um bom Desafogo"

Na Conceição de Faro, há alguns anos atrás era comum as pessoas preocuparem-se com o seu Pé de Meia, ou seja, com as suas poupanças.

Dizer que fulano ou fulana tal, tinha um bom Pé de Meia, era o mesmo que dizer que eles se governavam bem, tinham alguma coisa de seu, eram no mínimo remediados.

O Pé de Meia, dava-lhes segurança, confiança no futuro e até estatuto social.

O Pé de Meia podia ser desde animais que se criavam para venda, sementeiras que se colhiam também para venda, até aos próprios bens imóveis, casa ou terrenos.
Também se dizia que essas pessoas tinham um bom Desafogo.

Havia quem fizesse o seu Pé de Meia, forrando ou amealhando algum dinheiro que guardava em casa, dentro do colchão, debaixo do ladrilho ou num buraco secreto, existente na casa.

Hoje, a palavra foi esquecida e o costume por se achar desnecessário caíu em desuso.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

ARRIEIRO

"Buuu, Buuu, Buuu ...  ...  vem aí o Arrieiro!"

Na Conceição de Faro, há alguns anos atrás, o Arrieiro era o vendedor de peixe que ia de porta em porta fazendo a sua venda ou seja, nem mais nem menos que o Almocreve que neste caso apenas se dedicava á venda de peixe.

O homem percorria uma grande distância desde que se abastecia na lota de Faro ou de Olhão, até á venda do peixe que era feita de forma ambulante, utilizando o burro, para transportar as canastras de peixe.

Mais tarde com o aparecimento das bicicletas, primeiro a pedal e depois a motor, passam a ser esses os meios de transporte que o Arrieiro utiliza.

Recordo alguns dos Arrieiros que pela sua longevidade, assiduidade e forma particular de fazer a venda, foram famosos na nossa freguesia, tais como: -o Joaquim Barras (Chebarrinho), o António Fitas, o Emilio, o Sareto, o Pinto (Marroco).

Um dos Arrieiros mais esforçado foi o Francisquinho Albardeiro que não possuia burro, nem tão pouco bicicleta e por isso fazia a sua venda a pé.
Não sei ao certo o tempo que andou nesta actividade, mas o facto é que percorria uma grande parte da freguesia a pé, com as canastras do peixe colocadas uma em cada ponta de uma vara que depois transportava ao ombro.

O peixe normalmente Carapau (charro) ou Sardinha era vendido á meia dúzia, dúzia, dúzia e meia, quarteirão,  meio cento ou um cento.

O peixe mais "grado" como o charro do alto ou liro e a cavala,  vendiam-se á unidade, um, dois ou mais de acordo com o desejo do comprador.

Para anunciar a sua presença o Arrieiro utilizava uma buzina feita da casca de um grande búzio ou uma corneta de metal que quer esta quer aquela produziam um som caracteristico e inconfundível.

Buuu! Buuu! Buuu! Toda a gente sabia, vem aí o Arrieiro!

E o homem lá chegava mais ou menos á hora habitual, ainda a tempo de comprarmos o peixe para o almoço.

No inverno, na falta de peixe fresco vendia-se peixe salgado. A sardinha amarela, assim chamada por adquirir essa cor com o tempo de "salga".
Também se vendia, berbigão, ameijoa e conquilha.

Estes usos foram mantidos ao longo dos tempos, embora com as necessárias adaptações a cada época, passando o peixe a ser vendido a peso, com mais escolha nas espécies comercializadas. Também as velhas bicicletas a pedal ou a motor, foram aos poucos, substituídas por furgonetas.

Actualmente a actividade ainda existe mas o vendedor desloca-se numa moderna carrinha com caixa isotérmica com todas as condições de higiene, utilizando uma moderna balança electrónica.

sábado, 25 de setembro de 2010

FIGO, AMENDOA E ALFARROBA



A propósito do livro de Ludgero Urbano "História da Mecanização e Agricultura - Algarve" que com todo o interesse estou a consultar, reproduzo um pequeno extracto do Regulamento da Produção e Comércio das Frutas Secas do Algarve, em vigor em 1933 que lá encontrei.

"Artº. 1 - A produção e comércio das frutas secas do Algarve, figo, amêndoa e alfarroba, passam a ser reguladas pelo presente decreto.

Artº.2 - Ás frutas mencionadas neste decreto será aplicada a contra marca "Algarve" ... ... ...

Tipos e qualidades

Artº.11 - No Figo destinado ao comércio consideram-se os tipos e qualidades seguintes:
  1. Figo Flor, corresponde ao formato de 38 figos, tamanho uniforme, por cada 500 gramas;
  2. Figo Meia-Flor, corresponde ao formato de 39/42 figos, de tamanho uniforme por cada 500 gramas;
  3. Figo Mercador, corresponde ao formato de 53/70 figos de tamanho uniforme, por cada 500 gramas.
Artº. 12 - Na Amêndoa destinada ao comércio, consideram-se as qualidades e tipos seguintes:
  1. Amêndoa em casca, compreende a Côca, a Molar e a Dura.
Artº. 13 - A cada um dos tipos de amêndoa designados, compreenderá as seguinte qualidades:
  1. Extra, constiruidas por amêndoas de caracteristicas análogas quanto a espécie e sabor, cor tanto quanto possível uniforme, calibradas e isentas de fragmentos de cascas e substancias estranhas;
  2. Corrente, constiruida por amêndoas não calibradas de coloração irregular, com tolerância até um por cento de impurezas (fragmentos de cascas, pó, etc.).

Artº. 14 - No Miolo de amêndoa são consideradas as seguintes qualidades:
  1. Extra ....
  2. Escolhido ...
  3. Corrente ...
  4. Partido ...
Artº. 15 - A amêndoa amarga em casca ou miolo, só poderá ser exportada mediante autorização da Delegação da Junta Nacional de Exportação de Frutas do Algarve e com a designação bem visível de "Amêndoa amarga para uso industrial".

Artº. 16 - Na Alfarroba destinada ao comércio são considerados os seguintes tipos:
  1. Corrente;
  2. Esmagada ou cortada;
  3. Farinhada
Outrora a freguesia de Conceição de Faro, foi uma boa produtora de frutos secos, daí que achei interessante relembrar este Regulamento que demonstra a importância desta actividade na nossa região.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

LUDGERO URBANO


Há dias precisando de uma imagem para ilustrar um texto que publiquei aqui sobre os velhos "Trilhos" que eram usados para a debulha, lembrei-me do amigo "Ludgero Urbano".

Sei que ele colecciona e possui um grande espólio de máquinas e instrumentos agrícolas, com os quais organizou um museu particular agrícola.

Pensava telefonar-lhe mas encontrei-o por acaso e fiz-lhe o pedido. Sempre disponível prometeu logo ajudar-me.

Hoje, o Ludgero telefonou para me dizer que tinha mandado entregar-me as imagens.

Junto recebi também o seu livro "História da Mecanização e Agricultura - Algarve" que contém também muitas imagens.

Obra interessante publicada em 1995 é sem duvida nenhuma o resultado de muitas horas de pesquisa aturada e dedicação, á causa do conhecimento da agricultura.

Obrigado amigo pela tua disponibilidade.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

MACHINHO ASNEIRO

"Não vale a água que bebe..."


Recordo hoje um termo muito popular mas que caiu em desuso no vocabulário das pessoas em geral e em particular de Conceição de Faro.

Esse termo é o de "Machinho Asneiro".

Como se sabe, Mula ou Macho Muar é o resultado do cruzamento de um Burro com uma Égua tratando-se respectivamente de fêmea ou macho.

Estes animais eram criados com o objectivo de obter uma besta forte para a indispensável ajuda nos árduos trabalhos do campo.

A fêmea puxava á família do pai, sendo mais dócil e colaborante enquanto o macho se assemelhava á família da mãe. Ao contrário da Mula, o Macho nem sempre era fácil de domar.

Haviam animais destes que embora sendo tratados na palma da mão, pelo seu dono, não consentiam sequer o cabresto, a sela ou o molim. Começando logo aos coices, sacudiam tudo o que se tentava pôr em cima ou atrelado. Só fazendo asneiras, na opinião do povo não valiam sequer a água que bebiam!

Ou seja, era comum ser designado por "Machinho Asneiro", um animal macho, jovem, forte, fogoso, bem tratado mas que não servia para o trabalho que lhe era destinado ou tudo o que fazia resultava em asneira.

Com este mesmo termo também se alcunhavam algumas pessoas que no entender do povo, na sua forma de agir podiam ser comparadas depreciativamente a estes animais.

Os Machinhos Asneiros muares estão a desaparecer quanto aos humanos talvez ainda se descubram alguns a quem a alcunha não seja descabida ...

domingo, 5 de setembro de 2010

TOMADA DE POSSE

Fotos Ana Rita »»»
Durante a Eucaristia Dominical que hoje decorreu no Adro da nossa Igreja e foi presidida pelo Bispo do Algarve, D. Manuel Quintas e perante uma assembleia de cerca de 500 pessoas, tomou posse hoje o novo pároco da Paróquia de Nossa Senhora de Conceição de Faro, o Padre PAULO FERREIRA.

O Padre Paulo Ferreira é natural de S. Sebastião da Pedreira, Lisboa, onde nasceu há 37 anos.

Do seu percurso académico destacam-se o Curso de Teologia, na Faculdade de Teologia de Braga e Lisboa da UCP, Pós Graduação em Teologia Pastoral, na Faculdade de Teologia da UCP, Lisboa, curso de Jornalismo no CENJOR, Lisboa e Curso de Comunicação Social e Cultural, na Faculdade de Ciências Humanas, da UCP, Lisboa.

Apesar de jovem o padre Paulo Ferreira tem já um longo percurso pastoral, recebendo agora as chaves da Igreja de Nossa Senhora de Conceição de Faro, para um mandato de seis anos.

Cerimónia bonita que pela primeira vez na nossa aldeia teve lugar ao ar livre, terminou com a procissão ao cemitério para uma oração e um almoço convívio nas instalações da Casa do Povo.

Felicitamos e damos as boas vindas ao novo pároco e desejamos ao Padre José António que agora nos deixa, a continuação por muitos anos do seu percurso pastoral.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

KARATE CONCEIÇÃO DE FARO

O Karaté de Conceição de Faro foi convidado pelo Forum Algarve, a estar presente na estreia do filme "Karaté Kid",  com Jackie Chan e Jaden Smith.

Terá oportunidade de durante 3 dias  proporcionar workshops e aulas de karate a todo o publico no espaço dos cinemas SBC do Forum Algarve.

Programa Horário
Sexta, 3 Setembro - 20:00 as 21:00h - Workshop e aula de Karaté

Sábado, 4 setembro - 18:00 às 20:00h - karaté trainning circuits
                                - 20:00 as 21:00h - worshop e aula de karaté

Domingo 5 Setembro - 18:00 as 20:00h - karaté trainning circuits.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

AJUDADA


"... serviços ou tarefas não renumeradas prestadas por um grupo de pessoas, a outra."


Antigamente na Conceição de Faro, eram muito comuns as "Ajudadas".

As ajudadas eram serviços ou tarefas não renumeradas. Faziam-se com a ajuda dos vizinhos, familiares, amigos e conhecidos.

Eram famosas as grandes "ajudadas" para escarapelar o milho, de tal forma que a escarapelada era designada unicamente por "Ajudada".

Dizia-se, fulano dá uma ajudada tal dia e lá estavam todos, para a festa.

Nas casas mais ricas para além de comida e bebida no final até baile tinha.

Haviam pessoas que andavam de ajudada em ajudada, de festa em festa para poder comer e beber á vontade.

Tal como diz o poeta:

Eu por mim devo confessar
Estou nesta festa por gosto!
Comer, beber e bailar
Põe-me sempre bem disposto!

E punha!

Participando em muitas "escarapelas" de milho tento descrever uma ajudada, tal como a recordo.

Estas ajudadas tinham lugar em finais de Agosto inicio de Setembro quando o milho recolhido da horta já estava amontoado num largo junto á casa. O proprietário marcava o dia da ajudada e a informação passava de pessoa em pessoa.

Depois do jantar as pessoas chegavam para a ajudada sentando-se ao lado umas das outras. Á sua frente mesmo junto a si, as massarocas por escarapelar. Agarrando na massaroca com uma das mãos, com a outra mão retiravam-lhe a "carepa" que colocavam atrás das costas. As massarocas eram atiradas para se amontoar na frente dos ajudantes.

Gestos hábeis, maquinais que se repetiam automaticamente centenas de vezes ao longo da noite quase sem olhar.

De vez em quando alguém da casa, percorria a longa fila de ajudantes oferecendo um copo de aguardente aos homens e anis ou amêndoa amarga ás mulheres. Com o decorrer do trabalho e a bebida as pessoas iam-se desinibindo e ás tantas já contavam histórias um pouco picantes. Era uma festa!

Um dos costumes convencionava que aquele ou aquela que encontrasse uma massaroca de milho roxo teria direito a um beijo da pessoa presente que escolhesse.

Quando a sorte fazia com que alguém encontrasse o tal milho roxo, algumas pessoas exibiam imediatamente a massaroca olhando para a pessoa escolhida á espera do consentimento para avançar para o beijo.

Outras pessoas escondendo o achado levantam-se indo disfarçadamente para junto da pessoa da qual pretendiam o beijo, chegando a dar-lhe o beijo de surpresa e só depois mostrar o milho roxo.

Risada geral, todos brincavam comentando o acontecido.

Por mim que fui a muitas destas ajudadas nunca tive a sorte de encontrar o tal milho roxo, no entanto desforrava-me sempre na batata doce assada, no peixe frito e no baile que a maior parte das vezes era improvisado ao som de uma simples gaita de beiços.
 
Mas baile é baile, desde que tivesse par, ninguém me parava!

Também era comum fazer uma "ajudada", para efetuar outros trabalhos, como por exemplo, na construção da própria habitação.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

FOLCLORE INTERNACIONAL


A Conceição de Faro volta a estar em festa nos próximos dias 27 e 28 de Agosto.

São as Festas de Verão  promovidas pela Junta de Freguesia que este ano programou os habituais bailes e variedades para as noites de Sexta e Sábado, do ultimo fim de semana do mês.

De destacar que na Sexta-Feira, haverá uma noite de folclore Internacional, espectáculo integrado no FolkFaro 2010 com a actuação dos grupos:
-Ballet Racine Creole (Saint-Joseph) - Martinica
-Grupo Dança Rotala (Riga) -Letónia
-Grupo Cantares Si, Mi Compay - Venezuela


Também no Domingo,29, a partir das 8,30 horas, terá lugar o 8º. Encontro de Amigos de Ciclomotores Antigos do Paço Branco, com a concentração a decorrer junto á Junta de Freguesia. O Encontro constará de: -Exposição, Feira, Passeio e Almoço convivio.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

FESTAS NA ALDEIA

Este fim de semana houve Festas na Aldeia que tiveram lugar na nossa sala de visitas habitual ou seja, no adro da igreja.

Na Sexta-Feira teve lugar um desfile de moda, seguido de baile. Evento que se repete pela segunda vez, contou com a afluência de muito publico. A receita reverteu a favor de uma associação de solidariedade social.

No Sábado foi a vez do folclore, com realização do 10º. Festival de Folclore de Conceição de Faro, organizado pelo Rancho Folclórico da Casa do Povo que foi anfitrião de quatro Ranchos convidados, vindos de Évora, Cartaxo, Oeiras e Corroios.

No final do Festival foi homenageado Mário da Encarnação que em 1958, com o apoio da Casa do Povo, deu inicio  ao  Rancho Folclórico juntando e ensaiando um grupo de rapazes e raparigas que pela primeira vez, davam uns passos no corridinho e bailes de roda tradicionais.

Isto é, plantou uma pequena semente cultural na nossa terra que apesar dos contratempos e interregnos existenciais, perdura até hoje.
Pensamos que se deve em parte também ao excelente terreno em que foi cultivada e àqueles que em diferentes momentos a foram protegendo e tratando.

A prova esteve á vista de todos, no Sábado á noite, com o Rancho a apresentar-se em força, nas duas secções: -Adulto e  Infantil/Juvenil.

De nós também um forte aplauso e um obrigado ao "Márinho".

Na curta conversa que tivemos ficou a promessa de uma outra mais longa para falarmos daquilo que gostamos, o Folclore.

Até breve amigo!

sábado, 31 de julho de 2010

REFORMAR O MILHO

"Os velhos métodos de cultivo foram abandonados"


Há alguns anos atrás ainda se reformava o milho na Conceição de Faro.

Na horta aproveitavam-se os bons terrenos, o tempo e a água, fazendo simultâneamente no mesmo local, duas sementeiras.

Nesta altura do ano depois de nascida a batata redonda, semeava-se no mesmo terreno o milho.
Lá para os finais de Setembro depois de apanhar a batata era preciso reformar o milho, para poder continuar a regar.

Isto é, reformar o milho significa voltar a dar forma á eira.

Outra das sementeiras que se faziam quase em simultâneo era o feijão de armar, com o milho.
Quando as maçarocas de milho estavam prontas para apanhar semeava-se o feijão de forma que ainda não estivesse nascido quando se procedesse á apanha, para não correr o risco de o pisar.

Aproveitava-se assim o taloco do milho que servia de guia para o feijão.

No inverno também se semeava a fava dentro do terreno da batata, mas nessa altura do ano não era necessário regar por isso não se reformava a eira.

Actualmente todos os velhos métodos de cultivo foram abandonados.

Hoje, produzidos com as mais modernas técnicas, toneladas de frutos e produtos hortícolas, saem diariamente de Conceição de Faro, para todo o País e resto da Europa.

domingo, 25 de julho de 2010

FREI JOSE ANTONIO



O Padre Frei José António que está na nossa Paróquia desde 1998, deverá ser substituído em Setembro próximo, altura em que se completam 12 anos da sua meritória permanência.

No passado dia 16 de Julho, o Bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, assinou um decreto referente a nomeações eclesiásticas.

O prelado nomeou para novo pároco de Conceição de Faro o frei Paulo Ferreira, franciscano que até agora estava no Convento de Santo António do Varatojo, em Torres Vedras.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A DEBULHA

                                                      Fotos cedidas por Ludgero Urbano »»»

"Quando há vento é que se limpa ..."

Por esta altura na Conceição de Faro está a chegar a época da "debulha", ou seja, o trabalho que consiste em retirar a casca ao grão do trigo, cevada, aveia, centeio.

Também se debulha na eira o grão de bico, o griséu, a ervilha e a fava.

O milho é debulhado para retirar o grão do sabugo.

No anos cinquenta o trabalho ainda era quase todo manual. Os cereais depois de ceifados, eram acarretados em molhos para a eira para secar melhor.
Depois de bem secos eram malhados ou passados com o trilho, para soltar os grãos da casca.

Aproveitando o vento, os grãos ainda misturados com as cascas eram joeirados ou limpos.

Limpar consistia em encher a mistura, em pequenas alcofas ou quentais que se levantavam a cima da cabeça, deixando-a cair no solo, aos poucos, para que o vento ajudasse na separação.

Limpava-se quando havia vento para separar os grãos que sendo mais pesados caiam quase a prumo enquanto as cascas mais leves caíam um pouco mais afastadas.

Este trabalho deixou de ser feito manual, com o surgir das debulhadoras mecânicas que nas eiras debulhavam separando simultâneamente a palha e as cascas, das sementes.

O grão já separado era ensacado á saída da própria máquina, enquanto a palha saía a granel.

Quando necessário enfardava-se a palha com a enfardadeira, para melhor ser transportada e armazenada.

Actualmente na nossa freguesia já não se faz a debulha. A produção dos cerais foi substituida. Agora são as hortas e os pomares de citrinos que predominam.
Cultiva-se intensiva e quase cientificamente em estufas.

Por serem instrumentos que há muito tempo caíram em desuso, tentarei descrever dois dos referidos, tal como os recordo.

Malho
Ferramenta formada por dois paus, um que era o cabo, com cerca de 1m e o outro com 50 a 60cm, unidos numa das suas extremidades por uma corda que os separava cerca de 15 a 20cm.

Trilho
Ferramenta que consistia em quatro cilindros de madeira, nos quais se incrustavam pequenas pás em aço. Os cilindros eram unidos nos topos por barras de ferro, por forma a que pudessem funcionar como rodas.

O trilho assemelhava-se a uma carroça sem taipais, apenas um pouco mais rudimentar e em vez das rodas, os cilindros com pás. A pessoa que manobrava esta ferramenta, poderia fazê-lo de pé ou sentado num banco de madeira que fazia parte do conjunto.

O trilho era atrelado á mula, ao burro ou outro animal de carga que ao puxá-lo fazia rodar os cilindros e respectivas pás sobre os cereais, descascando-os.

"As ceifas, as eiras, a debulha, a joeira, fazem agora parte da memória histórica dos mais velhos.
Vale e ainda perdura, o acertado dito popular: -É preciso separar o trigo do joio! "

quinta-feira, 15 de julho de 2010

X FESTIVAL DE FOLCLORE

No próximo dia 7 de Agosto, o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Conceição de Faro, vai levar a efeito o seu Festival de Folclore Nacional, este ano com a participação de 4 Grupos visitantes, para além do Rancho organizador.

Embora o Rancho conte com mais de 50 anos de existência, segundo a ordem cronológica este será apenas o 10º. Festival que organiza.

Esta diferença deve-se ás prolongadas paragens na actividade do Rancho.

No entanto há 7 anos consecutivos que a Junta de Freguesia, mercê de um protocolo com o Grupo Folclórico de Faro, traz até á nossa aldeia, um espectáculo Internacional de Folclore integrado no FolkFaro.

Em cada ano actuam dois grupos de diferentes países que sempre nos têm encantado com as suas espectaculares exibições.

Assim consegue-se manter vivo o gosto pelo folclore e apresentar nas Festas de Verão, um espectáculo de qualidade Internacional.

Se tudo correr dentro do habitual o espectáculo Internacional, na nossa aldeia, terá lugar na ultima Sexta-Feira de Agosto.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

ADIAFA

"O que vem á rede é peixe..."

Adiafa era a festa oferecida pelo patrão ou dono da obra, para comemorar o final com sucesso, duma tarefa ou trabalho.

Consistia num almoço, lanche ou jantar que por vezes terminava em bailarico, ao som do acordeão ou da gaita de beiços. Também se cantava um fadinho que quase sempre era uma alegre desgarrada, com os mais expeditos a deixarem enrascados aqueles que menos preparados se atreviam a enfrentá-los.

Eram convidados para a Adiafa, todos os que trabalharam para a conclusão da obra ou tarefa.

Habitualmente faziam-se Adiafas na Conceição de Faro, após terminar:

-A apanha da amêndoa e da alfarroba;
-A Escarapela do milho:
-A abertura dum poço, nora ou cisterna;
-O enchimento da placa de cobertura de uma casa;
-A conclusão da obra da própria casa;
-As Festas da Aldeia ;
-A época de actuação da Charola.

A Adiafa era uma forma de compensar todos os que duma forma abnegada, ajudaram trabalhando por vezes, até além do normal.

Hoje, o termo quase caiu em desuso, no entanto nalguns casos, o costume mantém-se embora nomeado simplesmente de almoço ou jantar.

Cabe aqui uma pequena história que ocorreu na nossa aldeia, há alguns anos, numa adiafa.

Nos anos 60 vivia ali para os lados da Chaveca, um homem a quem chamavam "O Lisboa". Se bem me lembro era o companheiro da "ti' Estrudes Cardosa".

O homem, excelente trabalhador embora sem profissão definida era chamado para os mais diversos trabalhos. A pedido dos interessados extraia os calhaus da ribeira que vendia para substituir a pedra, nas massas de betão para as placas das casas, para os anéis das noras ou até para pavimentos.

Certa vez, "O Lisboa" foi convidado para a adiafa de uma obra. O petisco era uma "panelada" de grão, cozido com arroz e carne de porco.

Cerca de uma dezena de convidados, todos sentados, a panela no centro da mesa, cada um ia servindo o seu prato.

Como era uso e costume primeiro comia-se o grão com arroz e no final repartia-se a carne.

Por ser de fora e não estar habituado a estes costumes O Lisboa que foi dos primeiros a servir-se, meteu a colher ao tacho e retirou duma assentada quase toda a carne.

Surpreendido por haver tirado carne, ninguém ainda o tinha feito, declarou sorridente "o que vem á rede é peixe !!!".

O dono da casa que participava da refeição, limitou-se a sorrir e os outros convidados tiveram de se contentar em comer o grão e o arroz, com o cheirinho da carne, no prato do Lisboa.

Valeu-lhes o garrafão cujo vinho ajudou a forrar o estômago!

Escusado será dizer que devido á fama, O Lisboa não voltou a ser convidado para estas adiafas.

sábado, 3 de julho de 2010

MANUEL DO ROSARIO

"Abel vai depressa..."

Hoje de manhã encontrei na aldeia, o meu amigo Manuel do Rosário, conhecido como o "Manel da Filipa".

Manelinho então como é que vai isso, a Chaveca ainda está no mesmo lugar? pergunto-lhe.

Vamos indo, responde ele. E logo se apressa a dizer-me uma das suas repentinas quadras.

Mas antes explica-me a razão do verso. "Há bocado ia a atravessar a rua e alguém grita: -"Vai depressa Abel..." e eu disse-lhe...

Abel vai depressa
Dizem para te apressar
Mas tu não vás nessa,
Vai, mas vai devagar!

Há muitos anos que conheço o Manuel do Rosário, poeta popular, repentista improvisador.

Jogámos á bola, andámos juntos na charola, durante muito tempo fez parte da cantata do rancho folclórico, onde tocava os ferrinhos. O Manuel também participou no Encontro de Poetas Populares que há alguns anos, no âmbito do programa das Festas de Nossa Senhora da Conceição, se organizou na Conceição de Faro.

Sempre ouvi encantado as suas quadras que quase sempre se referem a situações reais, como aquela que dedicou á charola:

Esta Charola tem tudo
Pois até tem um coxo
Tem um careca e um cabeludo
Tem um cornudo e um mocho!

Esta, ao contrário é pura brincadeira:

Tenho azia nas orelhas
Dor de dentes no cachaço
Amargam-me as sobrancelhas
Não vejo nada deste braço!

O Manuel é imbatível nas quadras ao desafio, tem sempre pronta a resposta para tudo! Voz calma, tom não muito alto mas ritmado. No final uma pequena gargalhada termina quase todas as suas quadras.

Certa vez também eu lhe dediquei uma das minhas cestilhas que era mais ou menos assim:

Manuel que és jardineiro
Eu ouço um dia inteiro
Tuas palavras a rimar
Tu versas de improviso
E no momento preciso
Dizes coisas de encantar!

Entretanto o Manuel esboçando a sua caracteristica gargalhada, lá foi á sua vida. Eu fico a pensar no Abel.

O Abel é um polivalente que está ao serviço da Junta de Freguesia. Esforçado, trabalhador, diligente, todos gostam dele.

Na escola primária costumávamos convencê-lo a fazer uma corrida com a promessa de lhe dar um berlinde ou um pião. O Abel abalava sozinho e ficávamos espantados com a sua enorme capacidade de resistência percorrendo uma grande distância aparentemente sem cansaço.

Agora, a idade não perdoa e o Abel sofre de um problema no coração, mas continua activo e disponível como sempre.

Pelo meu lado apresso-me para ir para o trabalho, está quase na hora e ainda estou á porta do Zé Carlos.

Então até logo, despeço-me.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

USO CAPIÃO

Já se pode de novo transitar no Porto dos Carreiros.

A ribeira secou e está tapado o enorme buraco que durante o inverno foi o causador de grandes arrelias, aos que se atreviam na travessia da ribeira.

Também estão tapados os sinais que proibiam o transito aos veículos?

Assim, retoma-se o "uso capião" daquele acesso que volta de novo a poder ser utilizado sem perigo, por todos os que o desejarem.

Enfim, tudo normal até ao próximo inverno.

domingo, 27 de junho de 2010

Derriça

Ontem á noite houve festa na aldeia...


Muitas pessoas acorreram ao recinto instalado no adro da igreja, para a sardinhada oferecida pela Junta de Freguesia de Conceição de Faro, o baile, as actuações da Marcha Popular de Bordeira e também de um Grupo de Concertinas oriundos da “zona raiana” de Figueira de Castelo Rodrigo.

Festa bonita, divertida ou seja uma verdadeira Festa Popular.

Oportunidade para dois dedos de conversa com os amigos e quando demos por isso já havíamos formado uma “roda” ali em pleno adro, como nos velhos tempos, íamos falando disto e daquilo, para não dizer deste e daquela até que a conversa resvalou para as recordações de infância.

O Veiga, o Valentim, o Faustino, o Idalécio Pancinha, o Manuel Mestre, eu próprio e mais dois ou três de que agora não me ocorrem os nomes.

Voltámos ao início das nossas vidas ou seja á escola primária. Contam-se, repetem-se histórias, recordam-se nomes, situações inesquecíveis e outras para esquecer.

De repente alguém se lembrou do “Derriça”.

Eh pá quem era o Derriça? Pergunto eu que me recordava do nome mas não da pessoa.

O Idalécio, esclareceu: -Então não te lembras, era filho do “caseiro” da quinta do Outeiro.

Ah, já me lembro já estou a ver a cara dele, confirmo.

O Idalécio ainda recorda. Lembras-te de ir com ele para a quinta, escorregar na barreira em cima de uma tábua, até ao caminho da ribeira?

É claro que me lembrava. Era uma brincadeira que todos adorávamos!

O Veiga recorda um dia em que nos encontrávamos sozinhos na sala e que o Derriça, se lembrou de “mijar” para dentro dos tinteiros. Apertando a ponta da “ferramenta” para não perder a urina percorreu quase todas as carteiras enchendo os tinteiros.

Um cheiro horrível, logo detectado pela velha mestra que ao entrar na sala tratou de saber o que passava e descobriu os tinteiros cheios de "mijo".

Como ninguém se acusa, a mestra não hesita, corrige a travessura com uma boa dose de reguadas dadas naqueles que tinham a urina nos tinteiros.

Miraculosamente ou talvez não o Derriça safa-se deste castigo porque não mijou no seu próprio tinteiro!!!

A "velha mestra" complementa o castigo com a chamada dos pais á escola que por sua vez repetiram em casa, á sua maneira, o tratamento da professora. Ainda tiveram de pagar dez tostões para voltar a repor a tinta.

Foi o chamado dois em um, ou seja, uma travessura e duas correctivas tareias aplicadas á moda, uso e costume daquele tempo.

Entretanto com estas histórias, a noite avança, a festa ainda está animada, mas a roda desfaz-se e cada um recolhe a suas casas, não sem antes alguns irem até ao bar para mais uma fresquinha, só para atestar!

Pela minha parte regresso a casa com esta história na cabeça que me apresso a publicar, apenas para recordar!

Até á próxima amigos!

No adro da igreja ou noutro lugar qualquer desde que nos encontremos!!!

É bom sinal, não acham?

Então até lá!

domingo, 13 de junho de 2010

FESTA DA SARDINHA

No âmbito das Festas dos Santos Populares, a decorrer por todo o concelho, a nossa Junta de Freguesia, promove no próximo Sábado, 26 de Junho, a partir das 21,00 horas, a Festa da Sardinha, a ter lugar como habitualmente do Largo da Igreja.

Oportunidade para mais um animado convívio, provar as sardinhas assadas na brasa, acompanhadas por um bom vinho, e dar um pézinho de dança. Tudo isto numa noite em que se espera que o São Pedro colabore e traga bom tempo.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Noras de Faro

Sem almanjarra ou varais ...

Há muito se pressentia,
e isto é bom que se note:
uma certa fantasia,
para os lados do Chelote.

Com uns tiques de riqueza
é um facto consumado:
temos ali com grandeza
a nascer...um Principado.

E a dois passos está a Nora
a obra de arte instalada.
Fica a faltar agora,
a moderna autoestrada.

Com saídas e entradas,
mais valeta... mais acesso...
as Campinas retalhadas,
estão rendidas ao progresso.

E a Conceição tem agora
sua atracção turística:
Uma rotunda com nora,
peça rara... e artística.

Brilham mais que mil luzes,
no meio do cruzamento;
A Nora com alcatruzes,
e seu arco em cimento.

Obra de Arte...Peça Fina...
Instalada na Rotunda.
P´ra que com a da Vagina,
a nossa, não se confunda!.

Vem a gente pela Penha...
e abre a boca de espanto;
não há quem se não detenha,
perante tão raro encanto.

Local pouco apropriado,
também é bom que se diga.
Há quem dê extasiado,
três voltas,veja... e prossiga.

As noras todas iguais...
Mas esta, veja a ideia:
sem almanjarra ou varais,
mas com motor e correia.

Eu digo que preferia,
a nora original...
com almanjarra e guia,
puxada pelo animal.

Há noras na Freguesia,
instaladas com critério:
à porta da moradia ,
e à porta do Cemitério.

No Cemitério faz jus,
ao devaneio doentio,
que é como o alcatruz:
Vem cheio e vai vazio.

Na agricultura já morta,
que pode um homem fazer?
deixar a nora à porta,
que recordar é viver...

No Areal Gordo central,
Há uma nora no chão,
junto ao Centro comercial
Na estrada para Pechão.

Em Faro, também as há
e esta é bem bonita...
a Nora que há muito está
no Alto da Caganita.

É vê-las em todo o lado
a começar nas Figuras:
há tanto engenho parado,
a destilar amarguras.

A nora dos três engenhos
há tanto tempo parada...
devia ter mais empenhos,
p'ra que fosse restaurada.

A Fabrica da Britefil
que conhecemos agora
Com tão moderno perfil
Começou,graças à Nora.

J.Elias Moreno
26 de Maio de 2010

quinta-feira, 13 de maio de 2010

OS MAIOS


O seu a seu dono...

Na noticia que publicámos no dia 1, sobre os Maios que este ano apareceram em maior numero na nossa Aldeia, por lapso, apenas fizemos referência á participação da Casa do Povo.

No entanto, esta iniciativa contou também com o precioso apoio da nossa Junta de Freguesia cujo presidente se empenhou pessoalmente neste evento, solicitando inclusive a cedência de alguns dos bonecos junto do museu Municipal de Faro.

Fica a justa rectificação, esperando que no próximo ano voltemos a ter a alegria de ver os Maios na Conceição de Faro.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Canha

As Canhas são grutas escavadas nas antigas Noras ...
No acesso diário entre a aldeia e a cidade, comecei a ver construir na rotunda do antigo cruzamento do “Bolas”, um “engenho” de nora.

Assimilei esse engenho ao símbolo no brasão da nossa freguesia e comecei a rever toda a minha infantil memória de Noras e engenhos.

Por toda a freguesia da Conceição de Faro haviam Noras de um, dois e até três engenhos!

Nestas recordações uma palavra surgiu que me prende a atenção.

Na verdade esta é uma das palavras que caindo em desuso, saiu do nosso vocabulário.

Essa palavra é a “Canha”.

As “Canhas” são grutas escavadas nas antigas “Noras” .

Quando se abria uma Nora e ao fim dos vinte ou trinta metros de profundidade não se tinha a sorte de encontrar a desejada água, tentava-se encontrá-la escavando uma Canha que partindo do fundo da Nora, na horizontal, se estendia ás vezes até mais de cinquenta metros na direcção onde se julgava poder encontrá-la.

Tal estratagema umas vezes resultava outras não.

Mais tarde quando os tradicionais engenhos de alcatruzes começaram a ser substituídos por bombas de superfície, essas bombas tinham dificuldade em puxar a água a mais de 7 metros de profundidade.

Abria-se então uma Canha mais próximo do nível da água e instalava-se a bomba. Esta Canha era acedida por um buraco lateral á Nora que facilitava o acesso á bomba.

No inverno era necessário retirar a bomba antes da subida da água, voltando a recolocá-la no inicio do verão, tornando bastante útil a Canha e o seu acesso.

Outra solução surgiu quando se começou a instalar a bomba numa plataforma amovível no interior da Nora, podia-se desta forma controlar a altura da instalação.

As bombas submersíveis acabaram com o problema e actualmente através dos "Furos", vão buscar água a muitos metros de profundidade.

Volto ainda ao "Engenho" de Nora para tentar descrevê-lo tal como o recordo.

O engenho era composto por um "varal" preso a uma roda dentada colocada na horizontal que por sua vez encaixava noutra igualmente dentada colocada na vertical. O eixo da roda na vertical por sua vez ligava numa roda maior, na qual era colocada a "corda dos alcatruzes".

Esta corda de ferro, era formada por elos rectangulares com o comprimento um pouco maior que os alcatruzes.

Os alcatruzes, eram vasos rectangulares, fabricados em chapa zincada, com uma base direita que ia enganchar na corda e outra em forma semi-circular, com um pequeno orifício no fundo, a fim de facilitar a saída do ar quando entravam na água, para encher.

Um tabuleiro igualmente em chapa de zinco, para receber a água que sai dos alcatruzes está ligado através de uma "levada" ao tanque.

No inicio o engenho era movido por animais e já na parte final da sua utilização foi adaptado para funcionar ligado através de correia a motores a diesel ou eléctricos.

Ainda hoje nalguns locais da nossa freguesia se podem encontrar engenhos destes a funcionar.

A Nora era escavada á mão com o auxilio da pá e picareta. Trabalho árduo, difícil, efectuado por 4 ou 5 homens sendo que dois ficavam fora do buraco da Nora, para através de um sarilho, puxarem para fora, a terra que os outros dentro da Nora iam escavando e colocando dentro de uma caixa de madeira.

Depois de feito o buraco as paredes eram revestidas, a tijolo maciço ou pedra. A partir dos anos sessenta começou a usar-se anéis em cimento armado que com moldes em ferro eram feitos no local.

Como curiosidade diga-se que os alcatruzes que caiam da corda para o fundo da Nora, eram apanhados por um homem que a troco de alguns tostões por cada alcatruz que conseguia recuperar, mergulhava e apanhava os alcatruzes colocando-os dentro dum covo de rede, atado a uma corda, para no final os içar para fora da Nora.

Actividade perigosa tendo em conta que por vezes tinha de mergulhar a 6 ou 7 metros de profundidade, sem qualquer outro auxilio que não fosse o covo e a respectiva corda.

Um dos mergulhadores mais famosos na Conceição de Faro, foi o Hermínio Cristina, homem que passou grande parte da sua vida fazendo Noras.
Quando não tinha trabalho oferecia-se para esta tarefa a troco de algum dinheiro.

A Ratoeira


A ratoeira continua activa e a causar vitimas.
Hoje de manhã mais um veiculo preso no leito da ribeira, no Porto do Carreiros, com os inevitáveis prejuízos.
Sugerimos que os sinais de transito proibido sejam colocados no centro do caminho de acesso, para evitar que os veículos possam efectivamente circular.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

PORTO CARREIROS



Mais um atascado. Hoje de manhã lá estava mais um incauto no meio da ribeira.
Sem mais comentários.

sábado, 1 de maio de 2010

MAIOS


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Uma vez mais, a Casa do Povo voltou a recriar "Os Maios", na Conceição de Faro, numa tentativa de não deixar esquecer esta tradição popular.

Assim, ao longo da rua principal da aldeia foram colocados vários bonecos, acompanhados também como era tradicional de algumas quadras.

Ainda com pouca colaboração particular, espera-se que de ano para ano, essa colaboração vá crescendo de maneira a aparecerem mais "Maios" e desta forma trazer á nossa aldeia mais visitantes, como aliás acontece noutras localidades vizinhas.

Os Maios poderão ser vistos até ao final do dia de hoje.

A titulo de curiosidade ficam algumas das quadras que se podem ler nos bonecos ...

Uma quadra bem rimada
É como seta apontada
No alvo que vai acertar
E se alguém for atingido
Não se deve sentir ofendido
Que são os Maios a brincar!

Um velho Maio sentado
Á porta da Casa do Povo
Pensando estou lixado
Não voltarei a ser novo!

O Maio vamos atacar
Como se fazia antigamente
Por isso quem por cá passar
Beba um copo com a gente!

Que todos bem vindos sejam
E sem qualquer excepção
Mesmo os que não festejam
Esta antiga tradição!

A quem pelos Maios passar
Faço um pedido como prece
Veja-os mas sem lhes tocar
Que a comissão agradece!

Numa luta forte e cerrada
Eles batem a todas as portas
Não querem a auto estrada
No meio das suas hortas!

É o Paço Branco a lutar
Com as Campinas ajudando
Numa enorme luta sem par
Contra quem os estão tramando!

Esta nova auto estrada
Que trás todos ás avessas
São dez quilómetros de nada
Feitos só de promessas!

Com esta nova auto estrada
Que teimam em fazer por onde lhes convém
Estragam duma assentada
As melhores hortas que a Campina tem!

O PEC já está implantado
E tanto nos está a custar
Pra próxima temos mais cuidado
Naquele em que iremos votar!

Este plano de estabilidade
E de crescimento também
É um plano que na verdade
Nos vai deixar sem vintém!

Este PEC de modo sucinto
É como eu vou explicar
São todos a apertar o cinto
E só alguns a mamar!

Este PEC em Portugal
Controla o que fazemos
Mas como é habitual
O qu'é o PEC, não sabemos!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

FESTAS N S CONCEIÇÃO


Há dias fizeram chegar-me ás mãos esta preciosidade que aqui reproduzo, sem mais comentários!

PADRE CRISPIM


Ano Sacerdotal 2009/2010
Padre António Marques Crispim

Membro da Fraternidade Franciscana do Varatojo, 76 anos, natural da Póvoa de Penafirme, paróquia de A dos Cunhados (Torres Vedras), ordenado sacerdote no Seminário Franciscano da Luz (Lisboa) no dia 13 de Julho de 1958.

Nos 51 anos de sacerdócio exerceu o seu ministério em Lisboa como coadjutor das paróquias de Carnide e Pontinha e como pároco na Conceição de Faro (cinco anos), Ponte do Rol (29) e São Pedro da Cadeira (sete anos).

Além da actividade paroquial, foi professor no Seminário Franciscano de Montariol (Braga); na Escola Técnica e no Liceu Nacional de Setúbal; no Colégio Algarve, em Faro; na Escola Agrícola Dom Dinis, na Pontinha, e na Escola Preparatória Padre Francisco Soares, em Torres Vedras.

Dedicou-se também ao ministério da pregação e à assistência espiritual a diversos organismos da Igreja (Escuteiros, Equipas de Casais de Nossa Senhora, Ministros Extraordinários da Comunhão e, principalmente, aos Cursilhos de Cristandade em Setúbal, Faro e no Oeste do Patriarcado de Lisboa).

Presentemente, desde 2003, é capelão do Lar de São José, em Torres Vedras.



O amigo Alvaro Vale, mandou-me um link para página BADALADAS da qual transcrevo com a devida vénia o texto acima que faz parte de uma pequena entrevista do Padre Crispim

segunda-feira, 19 de abril de 2010

G D TORRE DE NATAL



O Grupo Desportivo Torre Natal participou no “XVIII Torneio Intercafés de Snooker”, competição organizada pela Casa do Benfica de Faro, que contou com a presença de 16 equipas na Divisão de Elite e 21 na Divisão de Honra (Este e Oeste). Equipa esta, que se reforçou bastante face a edições anteriores contando no seu plantel com a presença de Valter Silva, Nuno Ramos, Fábio Conceição e André Barras jogadores com um palmarés impressionante a nível regional e nacional.

Em termos de campeonato depois de se ter tornado Campeão da Zona Este (135pts) sem ter perdido qualquer jogo oficial obtendo uma margem de 30 pontos sobre o 2º classificado, o GDTN foi Campeão Absoluto da Divisão de Honra garantindo a subida à Divisão de Elite, após jogo com Sport Faro e Benfica campeão da zona oeste. Em termos individuais Valter Silva sagrou-se Campeão Absoluto da Divisão de Honra (47pts), Nuno Ramos 2º Classificado (45pts) e Fábio Conceição 3º Classificado (41pts) todos eles representantes do GDTN.

Relativamente à Taça Loja das Taças, competição que envolvia todas as equipas do Sotavento o GDTN fez história ao ser a primeira equipa da Divisão de Honra a chegar a uma Final frente à equipa “OK Café Bar” que após jogo bastante disputado sagrava a equipa de São Brás de Alportel como campeã.

O Grupo Desportivo Torre Natal reserva várias surpresas para a próxima época e agradece a todos os que acreditaram neste projecto desde dirigentes, sócios, simpatizantes e patrocinadores (Junta Freguesia Conceição de Faro, Aldiver Snookers, Bar GDTN, Torrié Cafés e Carlos Ribeiro).

quinta-feira, 15 de abril de 2010

A RÉGUA

"... que a mão da velha mestra usa com destreza."

Hoje, encontrei o “Chico Valagão” companheiro da escola primária. Conversámos um pouco e o Chico declarou com ar satisfeito que já estava reformado. Ganho agora mais do que ganhava quando trabalhava, justificou!
Ainda bem amigo, ainda bem, disse-lhe eu.

Separámo-nos seguindo cada um o seu caminho e de repente nem sei bem porquê, apeteceu-me voltar á escola primária da nossa aldeia.

Procurei, nos mais de cinquenta anos de memória, imaginar a velha sala de aulas. Antes passei pela pequena sala de entrada, subindo os dois ou três degraus da porta de entrada.

Entrei, percorri os poucos metros que me separam da porta da sala de aulas, até á carteira onde estive os quatro anos que cá andei.

A minha carteira está quase no fim da fila que fica em frente á porta, no sentido perpendicular a esta.

Ao lado do quadro preto, no canto oposto, imagino sentada a professora D. Maria.

A sala está cheia de rapazes dos sete aos catorze anos de idade que a “velha mestra” com a sua experiência, talha para a vida futura.

Na sua secretária, sempre visível, a temível e por todos odiada régua!

Vinte centímetros de maciça madeira que a gorda mão da mestra, usa com destreza.
Segurando-nos a mão pelas pontas dos dedos, aplica o correctivo com energia, indiferente aos gritos, gemidos, choros e protestos com que sempre recebemos tal acção.

Uma conta mal feita, uns erros a mais no ditado mal escrito ou qualquer rebeldia e vem o castigo. Reguadas! Uma, duas, três, seis, dez, uma dúzia ou até duas dúzias, segundo o código pessoal de castigos, da velha mestra.

Salvo um ou outro puxão de orelhas, é a régua que serve, para nos avivar a memória, acertar nas contas, nos ditados e meter na disciplinada ordem.

Um dia, a régua desapareceu!

A velha professora bem procurou, perguntou mas ninguém sabia de nada! A régua tinha desaparecido para alívio de todos!

Foram quase duas semanas de descanso mas para mal dos nossos pecados a professora apareceu com uma régua ainda maior!

Certa vez quando na hora do almoço brincávamos despreocupados, a professora começa a chamar-nos á medida que vai corrigindo os “ditados” que havíamos feito de manhã.

Vai aplicando os castigos conforme os erros detectados. Ao João coube-lhe vinte e quatro reguadas, tantos quantos os erros no seu ditado. A professora distribuía equitativamente uma dúzia por cada mão. As da mão direita, mais calejada, o João ainda aguentou estoicamente, mas quando chegaram as da mão esquerda não aguentou mais e gritou:
-Também o Pisco roubou a régua!!!...
A professora parou perguntando: - O quê?
O Pisco roubou a régua, repetiu o João.

A professora deixa o João poupando-o ao resto do castigo e chama de imediato o Pisco que a medo confirma o que o João havia denunciado e apanha uma valente “sova” da mestra que o deixa chorando o resto da tarde!

Na verdade a régua havia sido sorrateiramente furtada e levada na sacola, pelo Pisco com o conhecimento de quase todos que já longe da escola se juntaram para dar fim á dita, queimando-a dentro de uma cova que taparam para esconder as cinzas.

Termino esta pequena viagem ao memorial escolar infantil com alguns nomes que aqui coloco tal como me vão ocorrendo:

-Américo, Reinaldo, Pires, Brazão, Charneca, Zeca Barão, Zé da Velha, Arnaldo, Florival, Zezinho, Pancinha, Vitorino Pião, Caldeirinho, Chico Valagão, Pisco, João Batista, Flor, Alfredo, Idalecio Brazuna, Perna, Arroz Queimado, Cara de Macho, Abel Romeira, Ilidio, Filhó, Zé Antonio, Moreno, Ribeiros, Libório, Vitorino ... ... ....

Lista imcompleta por incapacidade da memória do autor, por isso, façam favor de ajudar!

terça-feira, 13 de abril de 2010

PORTO DOS CARREIROS


"Mais um lamentável acidente na travessia da ribeira ..."
Apesar da sinalização (2 sinais de cada lado?) que o condutor ignorou e o resultado está á vista, o carro acabou por ficar preso e imobilizado no leito da ribeira.
Ignorância, imprudência ou outro motivo qualquer não sabemos. O facto é que voltou a acontecer um acidente naquele local que os sinais de "transito proibido" colocados no inicio dos acessos não conseguiram evitar.
Reforçamos a ideia de que deveriam ser coladas barreiras físicas nos acessos impedindo a passagem dos veículos.

quinta-feira, 18 de março de 2010

GRANDE PRÉMIO DE ATLETISMO

A Junta de Freguesia de Conceição de Faro, com o apoio do Nucleo Sportinguista de Faro e da Associação Altetismo do Algarve, vai levar a efeito o 2º. Grande Prémio Jovem de Estrada de Conceição de Faro.

A prova dedicada a atletas de ambos os sexos nas categorias de: -Bambis, Infantis, Iniciados, Juvenis, Juniores, Seniores e Veteranos, tem inicio ás 9,30 horas do próximo Domingo, 28 de Março de 2010 e decorrerá nas ruas anexas á Junta de Freguesia.

quarta-feira, 17 de março de 2010

A ARMADILHA



(Imagens recolhidas esta manhã)

Hoje de manhã, mais um lamentável acidente no "Porto dos Carreiros", onde um morador local tentou atravessar e ficou preso, numa autêntica armadilha que é o leite da ribeira, nesta época do ano.
Segundo afirmou o condutor ao entrar no caminho de acesso á ribeira, apercebeu-se da forte corrente e ainda inverteu a marcha, mas não conseguiu recuar e tentou a travessia, ficando imobilizado como demonstram as fotos.
Um acidente que seria evitado se no inicio dos acessos de cada lado da ribeira, fossem colocados, por exemplo, uns simples montes de terra, impedindo a entrada.

Seja como fôr é urgente tomar medidas, para que no futuro não se tenha que lamentar algo mais grave.

sábado, 6 de março de 2010

PORTO DOS CARREIROS




"Força do hábito ou gosto de arriscar ..."

 
O "Porto dos Carreiros" é uma antiga passagem que liga a Galvana á estrada da Caldeira do Neto, pelo leite da "Ribeira do Rio Seco,"situando-se na partilha entre as freguesias da Conceição e da Sé, no concelho de Faro.

Esta passagem que no verão é pacifica torna-se difícil ou impossível no inverno, daí que há muito tempo é reclamada uma ponte naquele local.

Não sei se é a força do hábito ou gosto de arriscar. O certo é que são muitas as pessoas que se servem diariamente daquele atalho. Nesta época de chuva, em que a ribeira corre com alguma intensidade, arriscam os seus veículos e até a vida, para atravessar.

Ontem por exemplo foram dois os veículos que lá ficaram no meio da ribeira. Tiveram de ser rebocados para sair. Um dos veículos que tentou atravessar, uma enorme máquina, ficou bloqueada no meio da ribeira, só conseguindo sair com o apoio de outra maior.

Em tempos a autarquia colocou sinalização a proibir a passagem, mas não resolveu a situação uma vez que as pessoas ignoravam o sinal de transito.

Pede-se uma medida mais drástica e urgente, colocando durante o inverno, de ambos os lados uma barreira fisica que impeça a passagem e entrada na ribeira, dos veículos.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

CONCEIÇÃO DOS PEQUENINOS


Tal como estava programado decorreu no Sábado, 20 de Fevereiro, a partir das 15,00 horas, o 1º. Festival de Motrocidade Infantil, numa organização da Secção de Karaté e o apoio da Junta de Freguesia, de Conceição de Faro.
"Foi com muita euforia e entusiasmo que os mais novos da nossa freguesia, chegaram ao salão da Junta e os seus olhos cintilavam e faziam antever uma tarde cheia de correria, exercício e muita diversão.

As cordas, os arcos, os colchões, as medalhas, a nossa animadora Face Painting, a musica, um publico cheio de pais e familiares, anteviam uma tarde em cheio para a freguesia ... ... ... ... "


Veja na página da secção fotos e reportagem http://www.karateconceicaofaro.blogspot.com/

domingo, 21 de fevereiro de 2010

ALDEIA DA CONCEIÇÃO


"O poeta Jardineiro"

Hoje, rebuscando o meu baú encontrei estes versos que foram escritos há mais ou menos uns 35 anos.
O seu autor é o meu amigo Manuel Rosário, poeta popular e improvisador que durante muitos anos acompanhou o Rancho Folclórico e a Charola, da Casa do Povo de Conceição de Faro.

Conceição és o meu ninho
Aldeia da minha alma
A dançar o corridinho
Ninguém te tira a palma!

Tua fama vai distante
E teu valor sempre fica
Não há quem como tu cante
A moda da tia Anica!

Digo isto é verdade
Ainda hoje há quem chore
Por ser tanta a saudade
Do teu velho folclore!

Deixa lá dizer quem diz
Tu és mesmo a mais forte
A tua profunda raiz
Não há machado que corte!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

CARNAVAL 2010


A nossa freguesia viveu de forma alegre e festiva mais um Carnaval. No Sábado tivemos o Baile de Máscaras na Casa do Povo e no Domingo e Terça-Feira, o desfile de "Bela Curral".

Também o Agrupamento 1241 de Conceição de Faro, realizou um baile de carnaval que teve lugar na Segunda-Feira à noite, na Casa do Povo. Este mesmo Agrupamento participou no desfile de Terça-Feira, na cidade de Faro.

Os desfiles foram um tanto ou quanto prejudicados pela chuva que quer no Domingo quer ontem apareceu e estragou a festa.

Ontem á tarde, também na cidade de Faro, houve desfile de Carnaval que repentinamente foi parado pela forte chuvada que cerca das 16,30 horas se abateu sobre a cidade, o que veio a desmobilizar quer os que desfilavam á volta do Jardim Manuel Bivar quer os que tal como eu assistiam.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

CAFÉ DA CASA DO POVO

Realizadas as pequenas obras que foram exigidas pela ASAE, reabriu poucos dias depois, o Café da Casa do Povo.

FESTIVAL MOTRICIDADE INFANTIL


A secção de Karaté e a Junta de Freguesia de Conceição de Faro, vão levar a efeito o 1º. Festival de Motricidade Infantil o qual terá lugar no salão da Junta, no próximo Sábado, 20 de Fevereiro, a partir das 15,00 horas.

Mais informações e inscrições :
César Martins – Tlm. 93 831 62 36
Mail: Cesare.maldini@live.com.pt
http://www.karateconceicaofaro.blogspot.com/

domingo, 10 de janeiro de 2010

CHAROLA DA CASA DO POVO


A Charola da Casa do Povo de Conceição, completou este ano 28 anos de actividade pelo que aqui deixamos uma pequena amostra do que foi o reportório deste ano de 2010.
Parabéns á Charola e ao seu director João Manuel Ministro que apesar de todas as contrariedades tem conseguido organizar a charola ao longo destes 28 anos.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

CAFÉ DA CASA DO POVO

Em acção de fiscalização a ASAE, mandou encerrar ontem o "Café da Casa do Povo" e também o "Café do Sr. Zeca".

Os estabelecimentos vão ter de realizar pequenas obras, para voltar a abrir ao publico.