quinta-feira, 9 de setembro de 2010

MACHINHO ASNEIRO

"Não vale a água que bebe..."


Recordo hoje um termo muito popular mas que caiu em desuso no vocabulário das pessoas em geral e em particular de Conceição de Faro.

Esse termo é o de "Machinho Asneiro".

Como se sabe, Mula ou Macho Muar é o resultado do cruzamento de um Burro com uma Égua tratando-se respectivamente de fêmea ou macho.

Estes animais eram criados com o objectivo de obter uma besta forte para a indispensável ajuda nos árduos trabalhos do campo.

A fêmea puxava á família do pai, sendo mais dócil e colaborante enquanto o macho se assemelhava á família da mãe. Ao contrário da Mula, o Macho nem sempre era fácil de domar.

Haviam animais destes que embora sendo tratados na palma da mão, pelo seu dono, não consentiam sequer o cabresto, a sela ou o molim. Começando logo aos coices, sacudiam tudo o que se tentava pôr em cima ou atrelado. Só fazendo asneiras, na opinião do povo não valiam sequer a água que bebiam!

Ou seja, era comum ser designado por "Machinho Asneiro", um animal macho, jovem, forte, fogoso, bem tratado mas que não servia para o trabalho que lhe era destinado ou tudo o que fazia resultava em asneira.

Com este mesmo termo também se alcunhavam algumas pessoas que no entender do povo, na sua forma de agir podiam ser comparadas depreciativamente a estes animais.

Os Machinhos Asneiros muares estão a desaparecer quanto aos humanos talvez ainda se descubram alguns a quem a alcunha não seja descabida ...

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JJ Rodrigues