"... associada ás boas recordações de infância."
Há muito tempo que este nome andava na minha cabeça, sem saber ao certo a razão destas recordações, nem tão pouco onde seria a tal Azinhaga.
Recordava-me vagamente de que na minha infância passava por uma Azinhaga.
Um caminho estreito, com muita areia, ladeado por altos montes onde a espaços existiam canas que pendiam sobre o mesmo, tornando-o sombrio, ao mesmo tempo que fresco. É esta imagem que trago na memória.
Mas na Conceição de Faro não conheço qualquer caminho que se possa considerar uma Azinhaga e não sei porque a recordava.
Ontem por acaso ao comentar com a minha mãe a proximidade do dia da Feira de Faro, ente outras coisas ela fala-me de um atalho que quando vivíamos no Sitio dos Caliços costumávamos usar passando pela Azinhaga que da Galvana dava acesso á estrada da Caldeira do Neto, indo sair um pouco mais abaixo do Porto do Carreiros, a caminho de Faro e da Feira anual.
Esta seria a Azinhaga das minhas recordações, por onde passei várias vezes, a pé ou de burro, a caminho da Feira. Por muito que procurasse não a encontrava porque hoje já não existe.
Haviam dois acontecimentos a que os meus pais nunca faltavam, a Festa em Honra de Nossa Senhora da Conceição e a Feira de Faro.
Estes eventos fazem parte da minha vida de tal forma que também eu, nunca faltei a qualquer um deles.
Para as gentes de Conceição de Faro, há alguns anos atrás, a Feira de Faro tinha tanta importância que nos dois dias principais 19 e 20 de Outubro, fazia-se uma espécie de feriado popular e toda a gente vestia a roupa domingueira e ia á Feira.
As pessoas iam estrada fora acabando por formar grandes grupos a caminho da Feira que se realizava no Largo de São Francisco e ruas limítrofes.
Excepcionalmente nestes dois dias as camionetas da carreira, antigos autocarros, esqueciam os horários e os locais de paragem oficiais, fazendo o transporte continuo das pessoas, parando em qualquer lugar, para receber passageiros que transportavam para a Feira.
Quanto a mim não fiquei totalmente ciente em relação á Azinhaga da Galvana, nem tão pouco ao motivo porque a recordo agora, pelo que continuo procurando.
Talvez algum amigo ao ler este texto, saiba mais sobre esta e outras Azinhagas que tenham existido na Conceição de Faro ou nas suas imediações e queira partilhar aqui esse conhecimento.
Ontem á noite falei com o Faustino que me confirmou a existência da Azinhaga da Galvana que aliás passava junto a uma das suas propriedades. Esta Azinhaga era o caminho mais perto para a cidade de Faro, para as pessoas que residiam na parte nascente da freguesia.
Segundo o Faustino, da Torre de Natal para a Galvana, também existia uma Azinhaga onde actualmente é a estrada.
"Conceição freguezia derramada por cazaes a N.O. de Faro, quasi toda em terreno plano e de boa produção de cereaes e algum figo. Igreja mediana em fábrica, junto á ribeira que vêm á ponte do Rio Secco na estrada de Faro, só com casas do parocho ao pé, o qual pagava outr´ora 400 réis por anno ao prior de S. Pedro de Faro, de reconhecença. Confina com Estoi ao N., S. João da Venda e Stª. Barbara a O., Faro a S., Pexão a E. ... antigo curato de apresentação do Bispo no termo de Faro..."
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JJ Rodrigues