quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

DIA DA CONCEIÇÃO


Realizou-se ontem na Conceição de Faro, mais uma Festa em honra de Nossa Senhora da Conceição, sua padroeira.
Com bom tempo, temperatura agradável e como sempre uma festa bonita.

Oportunidade para cumprir a tradição e rever alguns amigos que normalmente só encontramos neste dia. De entre os vários amigos que encontrei, conversei e confraternizei houve um que me deu uma prenda que particularmente me sensibilizou.
Trata-se do conterrâneo José Elias que me entregou um documento escrito, do Padre António Crispim que entre os anos de 1967 e 1972, foi Prior na nossa freguesia. O Padre Crispim nunca esqueceu a Conceição de Faro, as suas gentes, os lugares, os sitios e ao comemorar as bodas de prata da sua permanência como pároco desta terra escreveu estes versos e musica que reproduzo em cima.
Entretanto passaram 37 anos desde que deixou a Conceição, nunca mais tivemos o gosto de o encontrar, mas fazemos votos para que se encontre bem e de boa saúde, agradecendo todo o amor, carinho e atenção que dedicou a esta pequena terra.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

PERCURSO PEDESTRE


"Caminhos da Conceição"


A Câmara Municipal de Faro, numa iniciativa da Divisão de Desporto e Juventude em colaboração com o Museu Municipal de Faro e em parceria com as Juntas de Freguesia do Concelho, vai levar a efeito mais uma "caminhada guiada" que terá lugar no próximo Domingo, 15 de Novembro, com partida ás 10.00horas.

A concentração será em frente á Junta de Freguesia da Conceição de Faro, a partir das 9.30 horas.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

AUTO ESTRADA



Voltaram a ser recolocadas as "bandeirolas" de marcação do traçado da auto-estrada que liga a Via do Infante, nó de Estoi, a Faro, Variante Norte.

Foram recolocadas no mesmo local onde estavam anteriormente o que faz pressupor que o traçado original, ou pelo menos parte dele, não foi abandonado e será para manter. Sendo assim, teremos a estrada a passar pelo Besouro, Paço Branco e Campinas, com algumas alterações no pormenor do projecto inicial.

Conclui-se assim que a luta de um grupo de moradores locais que há muito tempo vem chamando a atenção para o facto deste traçado ir estragar algumas das melhores hortas e pomares, do concelho de Faro, não obteve apoio junto de quem tem o poder de decidir.

Há oito ou nove anos atrás quando foi feita a consulta publica, após duas assembleias de freguesia, foi aprovada por maioria (5 votos a favor e 4 contra), a opção da Chaveca, Caliços, Galvana, mas tal aprovação não teve qualquer influência na decisão final.

Nessa altura, o executivo da Junta, propunha o alargamento da EN2.

Como foi dito nessa assembleia, a escolha seria sempre pelo traçado economicamente mais favorável o que parece ser a opção que ainda se mantém.

sábado, 24 de outubro de 2009

MENSAGEM



Caros Fregueses da Conceição de Faro,

É para mim motivo de alegria, de grande satisfação e uma grande honra poder estar mais um mandato à frente desta Freguesia que me viu nascer! Quero desde já agradecer-vos, em meu nome e da minha equipa, todo o apoio e confiança que, mais uma vez, depositaram em nós. Esta vitória é Vossa!
Vêm aí mais quatro anos de Trabalho e Dedicação em prol da Conceição de Faro. Esta é uma equipa que esteve, está e estará sempre ao serviço de todos Vós! Temos um programa com objectivos bem claros e definidos! Queremos cumpri-lo! É baseado nesse programa que iremos continuar a melhorar e a fazer crescer a Nossa Freguesia! Temos vontade de fazer mais!
A Junta de Freguesia é de todos Nós! Estarei sempre disponível para debater ideias, recolher opiniões e ouvir sugestões. Todos os contributos são bem-vindos. Esta é a minha forma de trabalhar!

TRABALHÁMOS, CUMPRIMOS!
IREMOS CONTINUAR!
OBRIGADO CONCEIÇÃO DE FARO!

(José António Viegas Leal Jerónimo)

sábado, 17 de outubro de 2009

POSSE

Toma posse na próxima Terça Feira, 27 do corrente, pelas 21,00 horas, a nova Assembleia de Freguesia, de Conceição de Faro que de acordo com a lei, contará com 9 elementos, sendo 6 eleitos pela lista do PS e 3 eleitos pela lista da coligação PSD/CDS/.

Na mesma cerimónia que decorrerá no salão da Junta, tomará também posse para um novo mandato, o respectivo "executivo," todo afecto á lista do PS.

Embora mantendo os dois primeiros elementos, a composição do novo executivo, deverá ser a seguinte:

Presidente: -José António Leal Jerónimo
Tesoureira: -Dª. Vanda Vicente
Secretário: -João Ferradeira

domingo, 11 de outubro de 2009

ELEIÇÕES AUTARQUICAS

O Partido Socialista voltou a vencer em toda a linha, na Conceição de Faro, agora para as eleições autárquicas.

Para a Junta de Freguesia os resultados foram os seguintes:

PS - 1163
PSD-525
CDU-133
INDEPENDENTES - 101

Com esta votação o actual Presidente da Junta, José António continuará á frente dos destinos da freguesia.

Em relação á Assembleia de Freguesia nada se alterou, continuando o PS, com a maioria absoluta ou seja 6 mandatos e o PSD, apenas com 3.
As outras forças politicas não elegeram qualquer deputado de freguesia.

sábado, 3 de outubro de 2009

CONDUTO

"... acompanhava o pão, nas refeições..."



Conduto é uma palavra caída em desuso e hoje não faz sentido, sendo até desconhecida dos mais jovens.

Conduto era o que acompanhava o pão, nas refeições. As pessoas mais pobres faziam as refeições com um bocado de pão e o conduto.

Comia-se o pão atamancando o conduto que ia desde um simples punhado de azeitonas, até uma coisa mais rica como um pedaço de chouriça, de toucinho ou presunto. Ás vezes umas sardinhas ou carapaus assados nas brasas, fritos ou "alimados".

Um simples ovo frito ou omelete também servia de conduto.

No inverno, á falta de peixe fresco, as "sardinhas amarelas" (salgadas), comiam-se assadas na brasa, temperadas com azeite, servindo igualmente de conduto.

No rigôr do inverno até o figo seco ou torrado, servia de conduto, comendo-se com pão.

Sendo um alimento barato, o pão era a base de toda a nossa alimentação. Há alguns anos atrás, não havia refeição sem pão. Feito em casa cozido no forno de lenha.

Embora alguns homens também o fizessem normalmente cabia ás mulheres esta árdua missão, composta por várias tarefas.

Começando por "peneirar" a farinha de trigo, para lhe retirar o farelo, coloca-a num alguidar de barro, junta-lhe um pouco de sal, água morna, fermento e batata doce cozida, para amassar.

O fermento utilizado é nem mais nem menos, do que um pouco de massa da amassadura anterior, de há uma ou duas semanas atrás .

Amassar significa aos poucos, ir misturando a farinha com a água morna, o fermento e a batata doce cozida, para formar uma massa que é calcada (socada) enérgicamente com os punhos fechados, voltando-a e tornando a voltar, até estar bem misturada.

Depois de bem amassada, tapa-se para não arrefecer e espera-se que levede. Levedada a massa que no inicio ocupava metade do alguidar, crescerá, quase extravazando no rebordo superior e estará pronta para "tender" os pães.

Tende-se o pão retirando um pedaço de massa do alguidar, colocando-o sobre a tábua de tender, pulvilhada com um pouco de farinha, enrola-se modelando a massa com ambas as mãos, dando-lhe o feitio do pão pretendido.

Num tabuleiro de madeira previamente forrado com um pano limpo, coloca-se o pão assim tendido, volta-se a tapar, esperando que termine o processo de levedura, para poder ir ao forno.
Para ver se levedou bem, ao tender faz-se um sinal mais ou menos profundo na cabeça do pão que ao fim da levedura deverá desaparecer completamente.

Por vezes com os restos da massa, faz-se um ou mais "brandeiros" (pães pequenos) no interior dos quais se coloca ou não, um pedaço de chouriça ou toucinho.

Também com a farinha que se retira da peneira mais fina, ou seja com um pouco de farelo á mistura, faz-se um pão "ralão", mais grosseiro e menos apreciado.

No forno aceso, se necessário põe-se mais lenha, com a ajuda do "forcado". O solo, as paredes e a abóbada deverão ficar completamente brancos, sinal de bem aquecidos. Finalmente com o "rodo" puxam-se as brasas para a entrada, retirando-as. Com as "toucas" limpam-se as cinzas, do solo, onde com a pá, se colocará o pão para cozer.

Antes de fechar a porta do forno, deita-se supersticiosamente algumas pedras de sal sobre as brasas acumuladas á entrada e com a pá fazem-se duas cruzes sobre a frente tisnada do forno, murmurando-se "Deus te acrescente!"
"Cada estalinho cada saltinho,"
crê-se que a cada estalinho do sal, corresponda um saltinho no crescimento do pão.
Na verdade, se bem amassado, levedado e cozido, o pão crescerá quase para o dobro do tamanho que tinha ao entrar para o forno.

Durante a cozedura é preciso vigiar e com a pá efectuar pequenos movimentos no pão deslocando-o no solo, de um lado para outro, para que não se queime.
Se o forno estiver demasiado quente, entreabre-se a porta e destapa-se o "ouvido" para que respire e perca um pouco de calor.

Depois de cozido, retira-se do forno com a pá, limpando algumas cinzas que possam ter ficado na sua base.
Volta a ser guardado no tabuleiro de madeira, com um pano e um cobertor, tapa-se bem para que não apanhe demasiado ar e endureça.
Para melhor o conservar algumas pessoas passam-lhe um pouco de azeite, pela côdea ainda quente.

Feito desta maneira, o pão conserva-se em condições de ser consumido, ao fim de uma ou duas semanas.

domingo, 27 de setembro de 2009

ELEIÇÕES LEGISLATIVAS

Para as eleições legislativas que hoje decorreram, na nossa freguesia o Partido Socialista que obteve 679 votos, foi o mais votado, ficando nos lugares imediatos, o Partido Social Democrata com 594 votos, o Bloco de Esquerda com 250 votos, o CDS com 175 votos e a CDU com 131.

BOLA DE CATCHUGO

"... Que o Padre Jorge guardava fechada á chave, num armário."


Dois dias por semana, no final das aulas, as duas senhoras esperavam-nos á saída da escola primária, para nos levarem para a sacristia onde nos ensinavam a catequese.

Os rapazes ficavam a cargo da D. Rosárinha que com muita simpatia, bondade e paciência, ia-nos ensinando os “Mandamentos da Lei de Deus” misturados com padres-nosso e ave-marias.

Para nos manter atentos, calmos e disciplinados, a promessa, quase sempre cumprida, de no final, podermos jogar com a “bola de catchugo” que o padre Jorge guardava fechada á chave, num armário.

Poder jogar um jogo de futebol, no adro da igreja, com a bola de catchugo, era o prémio da nossa assídua presença com bom comportamento, na catequese. Por isso quase desejávamos que viesse o dia da catequese, para termos de novo a bola.

O padre Jorge sabia perfeitamente o nosso interesse e usava-o em seu proveito. Sempre que necessitava de alguma colaboração dos rapazes, para qualquer tarefa, prometia-nos a bola de catchugo.
Os jogos começavam sempre com o mesmo ritual. Todos encostados á parede e os capitães de equipa iam escolhendo á vez. Assim divididos iniciávamos os jogos com um numero incerto de jogadores de cada lado.
As balizas eram marcadas com duas pedras cada ou com alguma das nossas próprias peças de roupa.

Mas as coisas nem sempre corriam bem. Ou era porque discutíamos qualquer situação do jogo e acabávamos á pancada, ou porque o padre por ter outros afazeres, retirava-nos a bola antes do tempo, causando sempre muitos protestos.

Certa vez, necessitando de ajuda para montar o arraial da festa, em honra de Nª. Senhora da Conceição, o padre Jorge, prometeu-nos mais uma vez, a bola, se o ajudássemos a colocar a gambiarra de lâmpadas que iriam iluminar o adro.

Cerca de trezentas lâmpadas que eram preciso enroscar nos casquilhos, já colocados na gambiarra que iria circundar todo o recinto.

Tentámos executar a tarefa rapidamente para ter algum tempo de sobra para jogar á bola.

Tudo estava bem encaminhado, as lâmpadas colocadas, a gambiarra já presa nos paus que a suportavam, apenas faltava prender uma das pontas.

Inesperadamente eis que surge no adro, a desejada bola de catchugo! Descuidadamente o padre Jorge deixou aberto o armário onde a guardava e um atrevido, descobrindo a bola, apressou-se a atirá-la para o meio do largo.

Ninguém mais quis saber das lâmpadas, nem da gambiarra. Quem segurava a ultima ponta largou-a, correndo para a bola.

Ouve-se um grande estrondo. Todas as lâmpadas dessa parte da gambiarra rebentam no chão!

O padre Jorge, muito irritado, corre a recolher a bola.

Acabou-se!

Grita. Não há mais bola! E não houve...


Durante mais de 3 meses não jogámos á bola, com a de catchugo!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

ARVORES NOVAS

Já foram plantadas árvores novas, em substituição das que no inicio do mês de Agosto, foram abatidas, no novo bairro.

Agora de outra espécie que não as anteriores espera-se que ao crescer não venham a causar danos nas casas vizinhas.

Assinalamos e destacamos o facto de, não ter sido necessário esperar uma eternidade para a replantação.

domingo, 20 de setembro de 2009

AGOSTINHA PEIDOTA

"... nas suas mãos, vi pela primeira vez a luz do dia ..."



Na Conceição de Faro, até meados do século vinte, anos quarenta, cinquenta, os partos eram naturalmente feitos em casa.

A Agostinha “Peidota” que morava ali para os lados do Rio Seco, foi a “parteira” que ajudou a nascer muitos moços e moças desse tempo, na nossa freguesia.

Foi esta mulher que quando eu estava prestes a nascer, passou toda a noite ajudando a minha mãe, nos trabalhos de parto.

Nas suas mãos, vi pela primeira vez a luz do dia, quando pouco faltava para as oito horas da manhã.

Por esse trabalho e mais quatro ou cinco visitas posteriores que ela fez de acompanhamento á minha mãe, o meu pai pagou-lhe cerca de quinze mil réis.

Porque na aldeia e no resto da freguesia não existia qualquer médico a dar consultas, a mulher também era consultada quando surgia alguma maleita que ela prontamente tratava com benzedura e mezinha.

Por vezes, em situações mais aflitivas as pessoas deslocavam-se até á aldeia vizinha de Estói, onde existiam dois médicos a dar consultas, o Dr. Emiliano da Costa e o Dr. Gago Leiria.
Era também em Estói que se podiam adquirir os “remédios” (medicamentos) existindo igualmente duas farmácias.

Foi precisamente o doutor Emiliano da Costa que me salvou, de morrer á fome quando ainda bébé, a minha mãe a conselho da Agostinha, me alimentava apenas a água com açúcar para me tratar de uma infecção intestinal.

Tal como o ditado popular não morri da doença, ia morrendo da cura!

A Agostinha Peidota, continuou com toda a dedicação, a ajudar nos partos e dar as suas receitas, quando para tal era solicitada.

É com todo o respeito que a recordo nestas histórias da minha aldeia.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

ESCANCHADO

"... Os burros desatavam num galope desenfreado ..."

Escanchado na albarda da burra, sobre a qual já se encontravam as cangalhas com dois cântaros de barro, o balde e o funil de lata, a minha mãe mandava-me á água, com apenas 7 anos de idade.

Aproveitava a ocasião em que os meus dois vizinhos um pouco mais velhos, também iam nos seus burros buscar água, á quinta do senhor Chico Norte.


Entre a casa onde morava no sitio dos Caliços e a "Quinta Grande", onde iamos encher a água, distavam mais ou menos 2 kilometros que eram percorridos por um caminho de pedras, buracos e pó, apenas transitável por animais ou pessoas a pé.


A minha mãe desconhecia que mal se metiam ao caminho, os meus dois companheiros e vizinhos, incitavam os respectivos burros que desatavam num galope desenfreado e a minha burra respondia com igual correria.
Assustado, eu apertava a albarda entre as pernas, segurava a arreata com as duas mãos e aguentava-me como podia, em cima da burra. Pelo meio escutava as gargalhadas dos meus companheiros que estavam sempre há espera que eu caísse da burra o que nunca veio a acontecer.

Porque não tinha altura nem força, para erguer o balde cheio e despejar no funil colocado na boca do cântaro, eram os meus amigos que faziam esse serviço já encomendado pela minha mãe.

Regressávamos mais calmos porque os animais agora com o peso dos cântaros cheios de água, já não conseguiam correr.

Passados dois ou três dias tudo se repetia, era preciso voltar a ir buscar água.

Quando faltavam poucos dias para completar os 8 anos de idade, mudei de morada, vim para o sitio do Besouro e tinha a água á porta de casa.
A burra que muito trabalhou para transportar os materiais para a construção da nova casa, foi vendida, por já não ser necessária.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

FESTAS DE VERAO

Nos próximos dois fins de semana, decorrem as Festas de Verão da nossa aldeia, promovidas pela Junta de Freguesia.

As Festas têm lugar no adro da Igreja, a partir das 21 horas, com o habitual arraial, comes e bebes, bailes e variedades.

A abrir, na próxima Sexta-Feira, um espectáculo de Folclore Internacional, com a actuação dos grupos:

-Iskele Municipality Folk Dance Group, de Iskele - CHIPRE DO NORTE
-Fundacion Artistica Imagen Y Expresion, de Cali - COLOMBIA
-Folk Ensemble Karpaty, de Bratislava - ESLOVAQUIA

A fechar no Domingo dia 30, haverá também lugar a um Encontro de Ciclomotores e Motociclos Antigos.

Mais uma excelente oportunidade para um bom convívio na nossa aldeia e rever alguns amigos. Nós lá estaremos.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

VAREJO

" Após o 2º. Domingo de Setembro é autorizado o rebisco..."


Estamos em plena época do "varejo" que começa em "meados" de Julho, terminando a meio de Setembro.
Cerca de dois meses em pleno rigor do verão que eram necessários para varejar e apanhar toda "a novidade do ano", ou seja, as amêndoas, alfarrobas e figos dos quais a freguesia de Conceição de Faro era boa produtora.

Trabalho árduo, artesanal feito marioriatariamente por homens que utilizando varas de pau ou cana com cerca de 4 a 5 metros de comprimento, batem com alguma força e habilidade nos frutos, para os deitar ao solo, sendo depois apanhados á mão para "alcofas, cestos e quentais", pelas mulheres que seguem atrás.

Estas vasilhas utilizadas para apanha, são despejadas em sacos, para facilitar o transporte e armazenamento.

Os frutos têm de ser apanhados neste período de tempo, evitando que maduros e ainda nas árvores se estraguem com as primeiras chuvas de Outono.

No final do varejo após o 2º. Domingo de Setembro, era autorizado o "rebisco", isto é, qualquer pessoa podia entrar na propriedade alheia a fim de rebuscar e apanhar para si, os frutos eventualmente perdidos na apanha.

Após o dia de S. Miguel (finais de Setembro), o "rebisco" era autorizado até nas propriedades que não tinham sido varejadas, presumindo-se que o varejo não iria ser feito nesse ano!

Hoje esta actividade foi praticamente esquecida ou abandonada na nossa freguesia.

Devido á abundância de água quase deixaram de existir os grandes pomares de sequeiro de belas amendoeiras, frondosas alfarrobeiras e doces figueiras, sendo substituídos por regadios pomares de citrinos.

Também a técnica da apanha dos frutos secos foi desenvolvida utilizando-se agora vibradores mecânicos que colocados nos troncos das árvores, ao vibrar fazem cair os frutos sobre uma rede que cobre o solo, facilitando a apanha.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

FESTA DA SOLIDARIEDADE

"Nossa Familia Amiga ..."

Vai ter lugar na próxima Sexta-Feira, dia 14 do corrente, a partir das 20,00 horas, na Esplanada da Casa do Povo, uma Festa de Solidariedade, organizada pela Nossa Família Amiga, com o apoio da Casa do Povo e de diversas Empresas e Empresários.

Do Programa consta:
- Desfile de Moda "Reciclar está na Moda", com a participação das estilistas, "Rossana", "Marisa", "Sabrina" e "Marta".
-Baile com o "Duo Compact2"
-Variedades com a actuação de "Custódio Carlos"

Esta festa tem Entrada Livre e contará com o habitual serviço de bar.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

CORTE DAS ARVORES


"A nossa Aldeia está mais pobre..."

Desde ontem que as árvores do novo bairro estão a ser cortadas e destruídas uma reivindicação antiga dos moradores.

A razão deste abate deve-se ao facto das raízes estragarem as canalizações de águas pluviais e esgotos das casas vizinhas. Nalguns casos até levantam os pavimentos no interior das casas.

Lamenta-se embora se concorde que na actual situação, era inevitável.

Pensamos que tudo seria evitado se tivesse havido mais atenção quando no projecto foram aprovadas esta espécie de árvores que devido á sua natureza, espalham as raízes, pelo solo em volta, procurando zonas húmidas e água necessária á subsistência, entrando e entupindo os esgotos.
É na verdade uma árvore de jardim que proporciona boa sombra. Não é certamente para ser plantada junto a habitações, sob as quais as raízes rapidamente se espalham.
Assistimos agora, em pleno verão, a este lamentável abate de árvores já adultas.
Para grandes males, grandes remédios... corta-se o mal pela raiz!
Neste caso o mal apenas foi cortado pelo pé, a raiz continua lá. O que quer dizer uma parte do mal também.

Aguarda-se o desenvolvimento do assunto e que as novas árvores a ser plantadas sejam devidamente estudadas para que venham a ser um beneficio, não um mal.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

ANA DIAS


Parabéns Ana !!!

Aos 35 anos de idade Ana Dias actualmente a correr maratonas, sagrou-se Campeã Nacional dos 5000 metros, na pista do Seixal, deixando nos lugares imediatos Anália Rosa e Leonor Carneiro!!!

Esta atleta olímpica, iniciou a sua carreira desportiva precisamente na Secção de Atletismo da nossa Casa do Povo, onde esteve até á categoria de sénior, passou depois pelo Maratona de Faro, Sporting C. Portugal e representa agora a Casa do Benfica de Faro.

No fim de semana encontrei o seu treinador de sempre o Fernando Barão que estava radiante, com mais esta vitória e pela obtenção de minimos de qualificação nos 10.000 metros, para o Campeonato do Mundo de Atletismo que se disputa em Munique, onde correrá, no próximo Sábado, dia 15, pelas 17,00.

Biografia da atleta »»»

sexta-feira, 31 de julho de 2009

ALCUNHAS

"Alguns alcunhados aceitavam as suas alcunhas ..."

Caídas um pouco em desuso, também na Conceição de Faro, existiam e nalguns casos ainda subsistem as famosas alcunhas.

As pessoas eram e ainda são conhecidas, pura e simplesmente pelas alcunhas, quando se procura pelos seus verdadeiros nomes ninguém sabe quem são.

Simples, ingénuas, curiosas, criativas, brincalhonas, prejorativas, insinuosas e tudo o mais o que imaginação popular possa criar.

Surgiam, motivadas por algum episódio da vida pessoal, familiar ou por qualquer outro motivo, passando dentro da família, de pai para filho, para neto e por aí fora...

Cito as mais conhecidas, tal como as ouvi pronunciar, não sabendo se é a forma correcta de as escrever.

Barrigas, Quelhambras, Agarra-Canitas, Cara-de-Macho, Pau-dágua, Zé-Nonha, Arroz-Queimado, Chelila, Lagarto, Dr. Burro, Curriolo, Pião, Zé-da-Velha, Sáreto, Pála-de-Mota, Estaca, Zé-Branco, Canzil, Boinho, Bobó, Gataizo, Pégalinhas, Manzurro, Cachaça, Marcantes, Catrapelho, Pende-na-Pende, Chaloua, etc.

Também há as alcunhas derivadas do sitio ou local onde a pessoa reside, tais como, Manuel-Alcantarilha, Chico-do-Besouro ou derivadas de um familiar mais popular e conhecido, como, Poeira, Manuel-da-Zézinha, Manuel-da-Filipa, Zézinho-Barriga. Outras como, António-Albardeiro, Chico-Carcereiro, Padeirinho, relacionam -se com as profissões outras ainda com qualquer defeito físico, como, Marreco, coxo ou ceguinho.

Alguns alcunhados aceitam as suas alcunhas como se do seu próprio nome se trate.Outros não gostam, irritando-se até quando ouvem ser chamados pelas alcunhas.

domingo, 26 de julho de 2009

BURROS

"Albarda, cilha, atafais, cabresto, arreata, gorpelha, cangalhas, molim ou malhim, canga ..."


Os Burros, até há pouco mais de 30 anos, eram animais importantes na vida da Conceição de Faro.

A maior parte das famílias pobres tinham obrigatoriamente o seu burro. O sacrificio financeiro que faziam, em 1950 um burro jovem custava cerca de 500 mil réis, era sobejamente compensado pelo trabalho que o animal fazia.

Animais de carga, fortes, dóceis, fáceis de lidar eram de grande préstimo nas tarefas diárias, transportando pessoas, água, alimentos e tudo o que fosse necessário.

Tal como os burros, também os seus apetrechos por falta de uso, foram caindo no esquecimento.

Albarda, cilha, atafais, cabresto, arreata, gorpelha, cangalhas, molim ou malhim, canga, desapareceram por completo do nosso vocabulário diário, sendo agora praticamente desconhecidos.

A “albarda”, o mesmo que sela mas maior, era presa pela "cilha", uma cinta de cabedal que passava sob a barriga do burro.

Os "atafais", correias de cabedal, colocados no traseiro do animal, prendiam a albarda para que não escorregasse para o pescoço.

As “cangalhas”, um apetrecho em madeira onde se transportavam cântaros, sacos com sementes, farinha, lenha, eram colocadas sobre a albarda ficando uma parte de cada lado.

A “gorpelha”, um grande saco feito de palma, era colocada sobre a albarda, formando uma bolsa de cada lado. Aqui também se transportava de tudo um pouco.


O “Cabresto”, ao qual se prendia as “arreatas” era colocado na cabeça do burro e servia para manobrar o animal.

Os burros também se atrelavam a pequenos carros de madeira, a “arados”, ao "trilho" que na eira ajudava a separar o grão dos cereais da casca e aos engenhos das “noras”, para tirar a água. Nesse caso a albarda era substituída pelo “molim ou malhim” e “canga” que lhe eram colocados no pescoço ao qual se prendiam os “varais” do carro, do arado ou do engenho. Os trilhos eram presos por cordas ou correntes de ferro ao malhim.

São várias as histórias populares, associadas aos burros que se contam. Desde os lobisomens, até outras menos próprias para contar aqui.

Esta história ouvi-a em miúdo afirmando quem a contou que era verdadeira. Não vou citar nomes de pessoas, nem de lugares, mas podia perfeitamente ter ocorrido na nossa aldeia, por onde uma vez por mês o Oleiro passava, vendendo cantaros, quartas, enfuzas, pucaros, pratos, panelas e outros utensilios de barro.

Certo dia, vindo o "Oleiro" com os seus dois burros carregados de loiça de barro para vender chega junto a uma venda-taberna. Á porta como sempre alguns clientes esperam que chegue alguém para pagar mais um copo, mas o Oleiro homem de trabalho não gosta de copos. Então um dos que estavam á porta da taberna, já sabendo que dali não ia levar nada, pensou em pregar-lhe uma "partida".
Saiu ao encontro do Oleiro perguntando-lhe: -Oh amigo posso dar um segredo a um dos seus burros?
O Oleiro despreocupado respondeu: -Pode...
O outro foi junto da cabeça do burro fingindo dizer-lhe algo, atira a ponta do cigarro ainda incandescente, para dentro da orelha do animal que imediatamente começou aos pulos e coiços, partindo a loiça toda!
O Oleiro aflito pergunta: - Oh homem, o que é que você disse ao diabo do burro?!
O outro grita: -Disse-lhe que o pai tinha morrido!...
O Oleiro novamente aflito:- Oh homem, esteja calado, esteja calado! porque o outro é irmão!

sábado, 18 de julho de 2009

MIMI


"... de tanto acasalar começou a engordar e a barriguinha a crescer!..."
A minha cadela "mimi" viveu há pouco tempo uma história de amor. Resultado. Engravidou ou ficou "pejada", dando á luz seis bonitos cachorrinhos!

Vive num quintal, cercado de rede mas, um "macho" vizinho conseguiu abrir um buraco por baixo da rede, para acasalar com ela.
Descoberto o cão e o buraco, foi o cão "enxotado" e o buraco tapado.
Mas no dia seguinte lá estavam os dois outra vez.
Repito a cena, isto é, enxoto o cão, tapo o buraco, sem resultado porque o episódio repete-se até finalmente resolver vedar o quintal com duas fiadas de blocos de cimento.

Tarde de mais. Depois de tanto acasalar, a "mimi" começou a engordar e a barriguinha a crescer.

Até que um dia a mimi desapareceu. Procurei-a por todo o quintal. Finalmente descobri um enorme buraco que escavou no solo, onde deu á luz seis filhotes.

Retirei-os do buraco, para os colocar num local que me pareceu mais adequado para crescerem e agora passadas 6 semanas, já correm por todo o quintal.

Apresento-os aqui na esperança que algum amigo queira tomar conta de um deles que ofereço de bom grado.

A mãe é muito mimosa, obediente, acatando de imediato qualquer ordem que lhe dou. É caçadora perfeita, para além de uma boa guarda. Os filhotes certamente não serão muito diferentes.

Se porventura estiver interessado nalgum deles é só dizer.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

MANADIA

"... Juvenil grupo de maltezes ..."

Terminadas as aulas, a “malta” ficava um pouco "á manadia”, durante os três longos meses das férias de verão.

Muito novos, com os pais a trabalhar sem tem tempo para cuidar de nós, tínhamos os dias por nossa conta.

A “Escola” terminava na última semana de Junho, no mês de Julho havia exames, para aqueles que os tinham e só voltávamos ás aulas na primeira semana de Outubro.

Não era grande o juvenil grupo de "maltezes". Os nomes que recordo, para além do meu próprio, são o João Baptista, o Reinaldo, o José Silvério, os irmãos Perna, o Florival, o Ilídio, o Filhó, o Joaquim Manuel (mudo), o Abel, o José Mateus, o Marinho, o Idalécio e o João Pancinha.
Esta "malta" morava, em sítios como, Paço Branco, Meloal, Besouro e Jardina, todos pertencentes á Conceição de Faro.

Eram várias as “maltezarias” que fazíamos no verão.

Apanhar pássaros era uma delas, senão a principal, utilizando umas ratoeiras de arame e molas de aço enrolado, começávamos no inicio do verão por apanhar picanços que se perdiam por grilos e no final do verão, inicio do Outono eram os pássaros de arribação que se deixavam apanhar com “aguídas” (formigas de asas).

A pardela, o rabo-ruivo, o taralhão, o cartaxo, a felosa, etc..

Eram muitas as pequenas aves que arribavam, durante mais ou menos um mês (Setembro) mantinham-se por cá, fazendo as nossas delícias.

As fisgas sempre prontas no bolso dos calções, serviam também para com alguma sorte e pontaria, apanhar os pássaros.

Tomar banho nos “tanques” que serviam de apoio á rega das hortas, era outro dos passatempos.

Juntávamo-nos em grupo e pela força do calor ou seja na parte do dia mais quente lá estávamos dentro do tanque.
Por vezes éramos surpreendidos pelos donos dos tanques ou até pelos próprios pais que com a ameaça de uma “vara de marmeleiro” nos faziam abandonar o banho o mais rápido possível, por vezes até sem tempo para recuperar a roupa que havíamos despido. Saindo espaventados, nus, correndo pelas hortas. Escondíamo-nos. Só muito mais tarde íamos a medo buscar a roupa.

O roubo da fruta era outro passatempo preferido.

O figo, o albricoque, o pêssego, a ameixa, a pêra, a romã, a amora, eram de entre muitas, as que mais nos interessavam.
Conhecendo as hortas a palmo, sabíamos exactamente onde estava a melhor e mais apetitosa fruta.
Éramos os primeiros e mais assíduos clientes, o que nos valia por vezes umas boas corridas dos donos, com gritos de “grandes malandros” !

As melancias que pelo toque ainda não sabíamos avaliar se estavam ou não maduras era preciso “calar”, isto é, fazer um pequeno corte na casca para ver. Com esta acção, caso não estivesse madura, estragávamos a fruta. Prudentemente voltávamos o corte para o solo e a coisa só era descoberta quando a melancia era colhida.

O dono começava a apanhar as melancias e descobria as imprudentes “calas”que naturalmente estragavam as melancias.

Resultado. Queixa em casa e uma tareia dos pais.

Deste modo, o castigo vinha tarde mas não faltava!

O futebol fazia também parte das nossas férias, disputando renhidos jogos quer em plena estrada empoeirada ou em qualquer restolho disponível. Calçados de alpercatas ou sandálias, era na maioria das vezes descalços que jogávamos para não ter de ouvir ou até mesmo apanhar dos nossos pais por estragarmos o calçado!

E assim "á manadia" passavam as nossas longas férias de verão!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

TENTATIVA DE ASSALTO



Esta madrugada cerca das 5,00 horas da manhã, desconhecidos arrombaram as portas de entrada e do salão da Casa do Povo, entrando com um veiculo, em marcha atrás, pelas mesmas.

Para além dos estragos causados nas portas não conseguiram consumar o roubo cujo objectivo segundo se pensa, seria a maquina de tabaco que está no interior do bar.

domingo, 28 de junho de 2009

FESTA DA SARDINHA


(Para ouvir o som do video por favor faça stop no player que se encontra no final da barra lateral direita )


Com a presença de muito publico decorreu ontem á noite, na Adro da Igreja da nossa Aldeia, a já tradicional "Festa da Sardinha", organizada pela Junta de Freguesia.

Do programa de animação, constava o baile popular, a actuação do Rancho Folclórico Infantil da Casa do Povo e o desfile da Marcha Popular da Sociedade Recreativa de Bordeira.

Noite animada de bom convívio, para além das apetitosas sardinhas, pelo que está de parabéns a nossa Junta de Freguesia, por esta iniciativa.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

ASSOMBRAÇÕES E OUTRAS MALDIÇÕES

"Famoso Lobisomem!..."


Antigamente na Conceição de Faro, eram muitas as histórias sobrenaturais que se contavam.
Inventadas umas, criadas a propósito outras, traziam as pessoas mais crentes, numa constante preocupação para evitar os locais onde por azar se pudessem encontrar com tais seres.
Fantasmas, almas penadas e do outro mundo, lobisomens, bruxas, eram coisa que não faltava.

Sendo assim, segundo a crença eram de evitar passar nas encruzilhadas dos caminhos, á meia-noite principalmente em noites de lua cheia.
Andar sozinho, por lugares escuros com muitas sombras também não era aconselhado.
Entrar em casas abandonadas era encontro imediato com fantasmas.

O velho “Chelila”, homem a quem era atribuído um dom sobrenatural, transformava-se ora num cão, ora num burro, conforme a vista (ou a falta dela) e a imaginação de cada um. Era por assim dizer um famoso “Lobisomem”!

As bruxas tinham fama de más e o melhor era não cair nas suas mãos que nos rogavam uma praga para nos dar cabo da vida!

As almas penadas ou do outro mundo apareciam sempre que era preciso assustar alguém. Surgiam envoltas num lençol branco, com uma luz tremelicante que punha ainda mais tremelicante quem as encontrava.

As pessoas livravam-se destes males, fazendo o sinal da cruz ao mesmo tempo que murmuravam “valha-me Deus, nosso Senhor!”.

É claro que isto era para os cristãos porque os outros, não sabemos como se safavam!

A propósito de “almas penadas” vem-me á memória, uma pequena história que se passou há muito tempo atrás.

Sendo muito jovens e a trabalhar fora de casa, os meus pais punham-me muitas vezes na casa dos meus avós.

Este episódio ocorreu na casa do meu avô Lopes e avó Gertrudes.

Era já noite escura. Em casa, só estávamos eu e o meu avô que tal como eu estava sentado junto á fornalha da cozinha, onde preparava uma panela de xarém.
Não gostando de xarém, eu gostava de lamber os restos que ficavam no colherão de pau.
Sabendo disso, o meu avô mexia a panela e logo me entregava o colherão coberto de xarém para que eu comesse. No final quando o xarém estivesse pronto eu tinha jantado! Xarém!
Era um pouco tarde, o xarém leva tempo a fazer. Com o estômago meio aconchegado, o calor do fogo, o sono a chegar, era a custo que mantinha os olhos abertos.

Uma aparição inesperada, fez-me despertar ao mesmo tempo que assustado dava um salto para junto do meu avô de tal forma que por uma palha não aterrava dentro da panela do xarém.
Um grande vulto envolto num lençol branco, dentro do qual se via uma luz tremelicante, apareceu na porta da cozinha! Era uma alma penada ou do outro mundo, concerteza!

Tremendo por todo o lado, refugiei-me atrás do meu avô que ficou imóvel. Ele conhecia bem aquela alma penada.
Era afinal a minha avó que gostava de assustar as pessoas! Só acalmei quando ela tirou o lençol mostrando a cara. A luz tremelicante era de uma vela que trazia na mão.

Soube mais tarde que a minha avó Gertrudes era useira e vezeira, nestas coisas. Gostava de assustar as pessoas. Trazia a vizinhança toda assustada, falando de “almas penadas ou do outro mundo”!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

GRUPO CORAL OSSONOBA

O Grupo Coral Ossónoba actua na próxima Quarta-Feira, dia 24 de Junho, a partir das 21,30 horas, no salão da Casa do Povo, num espectáculo integrado no programa de descentralização cultural, promovido pela Câmara Municipal.
Info sobre o Grupo »»»

domingo, 21 de junho de 2009

CODERNIZ

"História de um caçador que indo á caça..."

Esta pequena história ocorreu há mais de 50 anos!

O caso passou-se ali para os lados da Galvana, onde na sua horta vivia o "Zé Nhonha", homem que muito se gabava de ser grande caçador.

Os amigos contradiziam-no afirmando que não passavam de gabarolices. Nem sequer tens uma arma capaz, diziam-lhe.

Um dia, para o arreliar preparam-lhe uma pequena brincadeira.

Num dia de inverno, alguém que apanhara viva uma pequena coderniz prende-a pelas patas, a um curto fio, colocando-a no meio de uma eira de luzerna ceifada. Sem poder voar o pássaro ficou imóvel, parecendo estar simplesmente agachada.

O Joaquim Pézinho vai chamar o Zé Nhonha, dizendo-lhe que tinha visto por ali uma coderniz.
O homem entusiasmado, pegou na sua espingarda de fabrico artesanal, preparou a carga que era de atacar pela boca, colocou o fulminante, dirigiu-se para o local onde o outro lhe tinha dito que a coderniz estaria.

Era por volta do meio dia, a terra estava empapada de uma chuva miudinha que caia desde a madrugada.
Ao chegar ao canteiro da luzerna o homem avistou logo a coderniz, mas não percebendo a marosca, trata de se deitar no chão enlameado, retira o chapéu, rasteja sorrateiro até muito próximo do pássaro que estando preso naturalmente não fugiu.

Já muito próximo tenta disparar a arma mas tal não acontece devido ao estado ensopado do fulminante que era de papel. Substitui o fulminante, rasteja mais um pouco encontrando-se a pouco mais de 3 metros da ave, tenta disparar mas continua sem conseguir.

Desesperado, larga a arma, rasteja mais um pouco. Vendo que a coderniz continuava imóvel, levanta-se, corre, atirando-se sobre ela!

Ao agarra-la, verifica que está presa e impossibilitada de fugir. Percebe que foi enganado!
Ouve atrás de si, as gargalhadas dos amigos que abrigados da chuva esperavam para ver o final da brincadeira.
Irritado levanta-se!
Está num estado lastimável, enlameado, molhado, humilhado e muito zangado!

Os amigos que lhe tinham preparado a brincadeira, não esperaram mais. Fugiram dali tão depressa quanto puderam! Safa-te! O homem não está para brincadeiras!

Dizem que durante muitos meses não entrou na taberna, para a habitual cavaqueira com os amigos, nem tão pouco lhes dirigia a palavra quando por acaso se cruzava com eles!

Sem honra nem glória, termina a história de um caçador que indo á caça foi caçado! Na brincadeira, claro!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

JACARANDÁS


"Adro da igreja da nossa aldeia!..."

Habituei-me a vê-los no adro da igreja da nossa aldeia. Eram, se a memória não me falha, quatro!

Uma vez por ano, as suas belas flores, surgiam no meio das ralas folhas verdes em grandes cachos que passado algum tempo cobriam de efémero tapete lilás, todo o chão circundante!

Desconhecia o seu nome, nem isso me preocupava. Aproveitava a sua sombra e inconscientemente a extrema beleza dos seus cachos floridos, ficou no imaginário das minhas memórias infanto-juvenis.

Desses quatro actualmente no mesmo local, só existe um que cumpre o seu ciclo natural, tal como fazia há mais de 50 anos! Não necessita de cuidados especiais. Aproveita o que a natureza lhe dá, a água das chuvas, o sol, recolhendo da terra o resto que precisa.

Hoje quase por acaso descobri o seu nome: -Jacarandá Mimoso! Planta ornamental oriunda da Argentina e Bolívia.
Existe também em abundância no Brasil, noutras partes do mundo, tal como, nas cidades, vilas e aldeias portuguesas.

Que continue a encher de cor e sombras os nossos jardins, praças, ruas e o adro da igreja da nossa aldeia!

quarta-feira, 10 de junho de 2009

CONCEIÇÃO ANOS 50 - II

"Os Guardas de pau ..."


Freguesia rural, Conceição de Faro vive das sementeiras quer de sequeiro, onde não há água, quer de regadio, nas hortas onde a água é abundante.

As zonas mais altas da freguesia, sítios do Outeiro, Laranjeiro, Chaveca, Caliços, Ferradeira, Pão Branco, Chão de Cevada, Torre de Natal e Bela Curral, não existe água, são de “sequeiro”.

O sequeiro cultiva-se aproveitando as chuvas do inverno e da primavera, trigo, cevada, centeio, aveia, fava, griséu, ervilha, grão-de-bico.

Colhem-se das árvores frutos como amêndoas, alfarrobas, azeitonas, ameixas, figos, romãs e uvas.

Criam-se galinhas, coelhos, pombos, ovelhas, cabras e porcos.

Utilizam-se para os trabalhos da lavoura e de transportes, animais como, burros, mulas e éguas. Os cães ajudam na guarda das casas e na caça. Os gatos dão caça aos ratos.

Das colmeias retiram-se os favos e cresta-se o mel aproveitando-se também a cera.

As casas muito simples, cujas paredes são fabricadas em pedra sílex ou caliço (calcário), assentes com uma mistura amassada de cal, areia, água, com a qual são igualmente rebocadas.

É com a cal que são caiadas (pintadas) de branco, quer no interior quer no exterior
O telhado é feito de esteira de cana, coberta no exterior por telha de barro em forma de canudo.

O pavimento é revestido de ladrilho rectangular fabricado igualmente de barro.

A principal divisão é a “casa de fora” ou seja a sala de entrada na casa.
Sendo a maior divisão da casa, é na “casa de fora” que se fazem as festas de família e até se velam os mortos antes de irem para a igreja.

É também na "casa de fora" que á noite, ao serão, se fazem algumas tarefas do dia a dia da família, como sejam o tratamento das roupas, a escolha e separação de alguns frutos secos, etc..
Nesta sala, varias portas dão acesso a outras tantas divisões, como quartos e cozinha.

As refeições das pessoas da casa são tomadas na cozinha. Quando envolvem mais pessoas tomam-se na “casa de fora”.

Encostados á parede frontal exterior da casa, existem poiais de pedra onde nos podemos sentar.

O forno de pão existe em quase todas as casas. Feito igualmente de caliço, massa de cal e areia, leva uma abobada feita em tijolo de barro maciço (tijolo de burro)coberto com cascas de berbigão, o que acontece também ao solo, antes de ser revestido a ladrilho de barro.
Na frente, a porta de ferro, tapa a entrada em tijolo de burro. Atrás um respiradouro que se tapa e destapa conforme os casos, a que chamamos “o ouvido”.

A cabana do gado ou seja o local onde á noite se recolhem todos os animais, fica junto á casa, existindo até nalguns casos uma porta de ligação com a “casa de fora”.
Os porcos têm também junto á casa uma instalação própria a que chamamos pocilga ou chiqueiro.

Nas casas um pouco mais ricas, os tectos em vez de canas, são feitos de abobada de tijolo de burro e em frente á casa existe uma cisterna que recolhe a água dos telhados no inverno para se consumir no verão.
A cisterna está envolta por um pátio e próximo da casa existe a eira onde se debulham e tratam os cereais.
O figo seca-se em esteiras, no pátio, na eira ou nas açoteias.

A vida corre devagar. Não existe automóveis, as pessoas movimentam-se a pé, a cavalo do burro, da mula ou nos respectivos carros puxados por estes animais.
Aqui e ali uma ou outra bicicleta a pedal, não há dinheiro, nem utilidade para as motorizadas que começam a aparecer.

A protecção das colheitas, é feita pela Guarda Nacional Republicana em patrulhamentos apeados ou cavalo que devido á escassez de meios quase não existe.


São os “guardas de pau” que desempenham a tarefa.
Estes homens armados com um “pau”, dispõem-se a vigiar e guardar as colheitas, (amêndoas, alfarrobas, figos e uvas) em nome e mandato dos legítimos proprietários, evitando que sejam roubadas.
Em troca recebem uma pequena retribuição monetária.
Anualmente constituiem-se em grupo de três, actuando por vezes sozinhos, mas a maioria das vezes é o grupo completo que efectua a patrulha.
Nomes como os de Joaquim Caco, Farrajota, Severiano e Pala de Mota, são os que me ocorrem, por serem os que mais vezes desempenharam essa tarefa.

TE- ATRITO



O Grupo Te-Atrito, apresenta na próxima Quinta-Feira, 18 de Junho, a partir das 21,30 horas, no salão da Casa do Povo, a peça "Babete Real".

Esta peça é uma sátira sobre os bastidores do poder, as suas pequenas conspirações, coscuvilhice e o declínio das instituições.

Espectáculo inserido no programa de descentralização cultural, que a Câmara Municipal, está a promover em todo o concelho de Faro.

Info sobre o grupo »»»

domingo, 7 de junho de 2009

ELEIÇÕES

Á semelhança de todo o País, decorreu hoje na nossa aldeia, a eleição dos deputados para o Parlamento Europeu.

Na Conceição a votação deu ligeira vantagem ao PSD, com o PS, o BE e a CDU a ficarem por esta ordem, nos lugares imediatos.

Mais de 60% dos eleitores desta Assembleia de Voto, preferiram não atender ao apelo do senhor Presidente da Republica e abstiveram-se de votar.

terça-feira, 2 de junho de 2009

QUARTETO DE NELSON CONCEIÇÃO


(Para ouvir o video por favor faça stop no player que se encontra no final da barra lateral direita)

Inserido num programa de descentralização cultural, o "Quarteto de Nelson Conceição", actua na próxima Terça-Feira, dia 9, a partir das 21,30 horas, na Casa do Povo de Conceição de Faro.
Este programa é promovido pela Câmara Municipal.

domingo, 31 de maio de 2009

CONCEIÇÃO ANOS 50


(Imagem de Lavoura com mula)

"A nossa aldeia ..."

No início da segunda metade do século vinte, os cerca de vinte fogos que compunham o núcleo da nossa aldeia, alinhavam-se frente a mais ou menos duzentos metros de empoeirada estrada de “macadame” que vem desde a cidade de Faro, a sul, passa pela aldeia e segue para norte, para Estói. No centro, junto á igreja, no entroncamento deriva a estrada para a Chaveca e outros destinos. Resultando daí três ruas com os nomes de Rua da Igreja, Rua de Estói e Rua 1º. de Maio.

No centro da aldeia, a histórica igreja de Nª. Sª. da Conceição que lhe deu o nome. A sul, a menos de cem metros, o cemitério.

A Freguesia tem a sua Junta, eleita politicamente para a administrar. Conta também com o “Regedor”.

A Casa do Povo que era delegação de Estói, após alguns anos de luta consegue em 1958 o seu Alvará. Abre a sede para apoio á população da freguesia, contrata um médico, um dentista, presta serviço rudimentar de enfermagem e cria o princípio de um “banco alimentar” que distribui alimentos pelos necessitados. Organiza uma biblioteca, o rancho folclórico e a equipa de futebol.

A escola primária, desde há muito tempo que funciona em duas salas alugadas. A das meninas fica em frente ao adro da igreja, na mesma rua mas um pouco mais a sul, a sala dos rapazes.
Finalmente é construída de raiz, uma escola primária, com duas salas, casas de banho, pátio e recinto para o recreio.

As tradicionais “vendas”, são três. Funcionam como é uso na época, como mercearias, tabernas, armazéns de frutos secos, cereais, farinhas, adubos e combustíveis.

Aos domingos á noite, num salão apropriado para o efeito, realizam-se os “bailes”, anunciados ao final da tarde por dois foguetes e um morteiro, como chamariz!

A completar os serviços, na aldeia, podemos contar com o abegão, o ferreiro, a costureira, o sapateiro, o barbeiro e o carteiro. Um pouco mais tarde também um alfaiate, se veio estabelecer.

Na igreja, o padre e o sacristão, garantem o serviço religioso. As catequistas ensinam “Os Mandamentos da Lei de Deus”, preparando-nos para a comunhão.

Não existe água canalizada, nem esgotos. A aldeia abastece-se na nora do Joaquim Mariano. A água é transportada nos carros de mão, em cântaros de barro ou de zinco.
A ribeira que passa junto á aldeia e corre até ao verão, dá também algum desafogo principalmente na lavagem da roupa.

Nos anos sessenta passou a haver telefone público, serviço de telegramas. O correio chega de autocarro, num saco fechado que o carteiro recolhe e abre, para efectuar a distribuição. O saco regressa pelo mesmo meio com a correspondência a enviar.
O autocarro não passa pela aldeia, o saco é recebido e reenviado na “paragem” do Paço Branco.

As hortas do Joaquim Mariano, da Bispa, do Isabelinha e da Caldeirinha, junto á aldeia garantem alguma batata, feijão, milho, fruta e legumes. No resto toda a aldeia é envolta por amendoeiras, alfarrobeiras, figueiras aparecendo aqui e ali, uma ou outra oliveira. O mesmo acontece praticamente em toda a freguesia.
No sequeiro semeia-se fava, griséu, ervilha, grão-de-bico e cereais principalmente trigo, cevada, centeio e aveia.
A dieta alimentar completa-se com carne de porco, galinha, coelho, borrego e cabrito que são criados a propósito.

O pão, alimento essencial, é feito em muitas casas, mas também se pode comprar nas mercearias.

No sequeiro, o burro e a mula, são preciosos auxiliares na lavoura e no transporte enquanto no regadio existem também as vacas e os bois.
Nas hortas são as vacas e os burros que presos nos engenhos tiram a água das noras, começando a ser substituídos pelos potentes motores a diesel.

A população idosa da freguesia é essencialmente rural e pouco letrada, não indo na esmagadora maioria além da escola primária. Os seus filhos conseguem chegar até ao ensino secundário. Alguns, poucos vão até ás universidades.

Associadas á igreja temos a festa em honra de São Luís, padroeiro dos animais e a festa em honra de Nossa Senhora da Conceição.

O 1 de Novembro, "Dia de Todos os Santos", é reservado á romagem ao cemitério, em memória dos familiares já falecidos.

Festeja-se também o Ano Novo, os Reis, o Entrudo, o Dia de Maio, a Espiga, os Santos Populares e o Natal.

domingo, 24 de maio de 2009

A CASINHA DA POLVORA

" Grande motivo da minha curiosidade!... "

Situo esta pequena história, entre os anos 1958 e 1959.

Morando na casa onde nasci, no sitio dos Caliços, comecei a ir para a escola pelo caminho que me parecia mais fácil, passando entre as casas do ti' Chico Graça e da ti' Casaca, tinha ao meu lado direito, a Ermelinda Charra, o António Fitas, a Virgínia Graça e no lado esquerdo, o João Lentes, o Praxedes, descendo a ladeira do Sambraseiro, tinha O Zé Martinho, a Bia Martinho e no outro lado o Joaquim Pézinho, o Chico Serro, até ás casas do Luís Portinho, seguia para a casa do mestre Armando Cardoso, avistava sobranceira no alto, a Quinta do Outeiro, do Joaquim Baptista, aí voltava em direcção á aldeia, sempre a descer, passava pelo mestre Zé Rola, sapateiro, o Sr. Melo, "canastreiro", a menina Olívia, á direita tinha as Bispas e o Pardal, passando entre a venda do Zeca e a do senhor Manuel, a Casa do Povo ficava do lado esquerdo, assim como o salão de chá (casa paroquial) a igreja mesmo em frente á direita, atravessava o adro e chegava à escola nova, onde a senhora Olga que era a continua nos esperava á porta.

Na sala dos rapazes, já preparada para iniciar a aula, estava a “velha”, professora Dona Maria.

Na outra sala, a das meninas era a professora Dona Angelina que leccionava.

A aula decorria entre as 9 e as 15,30 horas, com uma hora de intervalo para o almoço o que nós fazíamos em pouco mais de dez minutos ficando com o resto do tempo para brincar. A meio da manhã também tínhamos um intervalo para o lanche que aproveitávamos para mais umas brincadeiras

Jogar ao pião e ao berlinde eram as brincadeiras preferidas, mas muitas vezes também jogávamos ao “coito”, nome que dávamos ao jogo das escondidas.

No outro lado do arame, não eram permitidas misturas, as meninas brincavam á “boneca” e ao “calhau”.

Na sala de aulas equipados a rigor com os nossos “bibes” brancos, se não fosse o corte do cabelo, parecíamos todos meninas.

No regresso a casa fazia o mesmo caminho.

Uma ou outra vez, deixava a estrada, aventurando-me por terrenos que os meus 7 anos de idade, ainda não me permitiam conhecer bem.

Gostava de seguir pela vereda que serpenteando junto ao “arrife de pedra” começava a curta distância da aldeia, seguia para nascente em direcção a Pechão e me passava mesmo em frente á porta da casa.

Por vezes assustava-me julgando ver a lendária "cobra" gigante que andava por ali e que segundo se consta, certa vez, fez perder a coragem a dois dos homens mais fortes e destemidos da nossa freguesia que foram o Joaquim Poeira e o Cesário Mariano.

Diz-se que andando os dois á caça, na fazenda do Agostinho, o Poeira que levava a arma viu enrolada no pé de uma alfarrobeira, a tal dita cobra gigante e não achando coragem para atirar, voltou para trás entregando a arma ao Cesário que ao ver o monstro, se apressou a voltar para trás, sem lhe fazer um único tiro. Ainda há bem pouco tempo alguém avistava o citado animal que por ali anda!

Utilizando este trajecto, eu passava entre tojos, tomilhos, aroeiras e traviscos, um pouco a norte do mato do “Goela” e embora a medo, por vezes ousava aproximar-me do grande motivo da minha curiosidade que era não a cobra, mas a casinha da pólvora ou do fogo, como lhe chamávamos, uma pequena fábrica de pirotecnia, onde se faziam os foguetes, as árvores de fogo, as bombas e as becheninas que abrilhantavam todas as festas das redondezas, como a de S. Luís, a de Nossa Senhora da Conceição e as dos Santos Populares.

É claro que ali se fabricava fogo para muitas mais festas mas estas eram as que se comemoravam na nossa aldeia.

Um acidente causou grande estrago, rebentando com todo o fogo que já estava preparado para as festas.

Passado pouco tempo, outro acidente, desta vez mais grave e terrível, destruiu toda a casa, custando a vida a um dos piro técnicos que lá trabalhavam e fez encerrar definitivamente a fábrica.

Também eu, ainda antes de terminar o primeiro ano escolar, mudava-me para o Sitio do Besouro, alterando todo o percurso diário para a escola.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

OS MAIOS


Á entrada desta aldeia
Está este boneco sentado
Foi bonita esta ideia
P'ra "O Maio" ser recordado!


"O Maio" tem tradição
Muito tempo a "atacar"
Hoje fazem na Conceição
Bonecos para recordar!


Com alguma imaginação
Brincam o velho e o novo
Mantendo esta tradição
Á porta da Casa do Povo!


Nesta pedra no banquinho
Está a terceira idade
Falando mal do vizinho
Criticando a mocidade!

domingo, 26 de abril de 2009

25 DE ABRIL



Decorreram ontem na nossa Aldeia as Comemorações do 35º. Aniversário do 25 de Abril, numa Festa promovida pela Junta de Freguesia, com a colaboração da Casa do Povo e do Paço Branco Clube de Amigos de Ciclomotores Antigos.
Festa animada, com passeio de ciclomotores antigos, folclore, lanche e terminando já noite dentro com um baile popular.
Durante a tarde houve uma distribuição simbólica de cravos.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

25 DE ABRIL



Numa organização da Junta de Freguesia, decorrem na tarde e noite do próximo Sábado, na nossa aldeia, as comemorações do 25 de Abril que este ano celebra o 35º. aniversário.
Na festa participam a Casa do Povo e o seu Rancho Folclórico, o Paço Branco Clube Amigos de Ciclomotores Antigos, o Rancho Folclórico da Ria Formosa e o Duo Gabriel e Baía.

domingo, 19 de abril de 2009

CHOQUE JORNAL


"Aqui está uma relíquia com um pouco mais de 30 anos. "

O Jornal da nossa terra. Editado pela Casa do Povo, dirigido por José Mateus S. Moreno que aqui neste pequeno jornal inicia a sua longa carreira de jornalista que esperamos ainda venha a perdurar por muitos e bons anos.

No primeiro numero o seu director escreve sobre o titulo "A Casa do Povo de Conceição de Faro, uma realidade em construção" um longo texto que aqui se reproduz algumas passagens ...
"... Sentimos vagamente que aquilo a que chamamos Casa do Povo, deveria ser uma casa onde o povo se pudesse reunir para conviver como família ... receber apoio na educação e formação, como cidadão de pleno direito.

Por isso a Casa do Povo, não deverá ser uma simples instituição de previdência rural onde se paga as quotas, recebe subsídios e assistência médica.

... as coisas vão mudando e anima-nos a convicção de que no futuro será um verdadeiro centro de convívio e formação humana.

... o Sarau de Variedades promovido em Setembro, pela comissão organizadora das Festas de S. Luís, que decorreu no salão da Casa do Povo e ao qual assistiram mais de 500 pessoas, veio demonstrar que a partir de agora nada será igual e que este entusiasmo não irá parar. As duas comissões cultural e desportiva, constituídas por um grupo de gente jovem, preparam já várias iniciativas, como sejam a criação de equipas nas varias modalidades desportivas, a renovação da biblioteca, a remodelação do palco, curso de alfabetização e a criação deste jornal, para além de outras em projecto.

... Com a eleição da nova Comissão Administrativa em 22 de Dezembro passado, cremos que a linha de actuação lançada pelos seus antecessores não se irá alterar, antes pelo contrario, irá ser intensificada. Assim todos estejam embuídos de um mesmo espírito de dialogo e compreensão mutua, reconhecendo ás Comissões razoável independência, evitando situações de imposição e ás Comissões competirá reconhecer á Comissão Administrativa o direito de se pronunciar em definitivo sobre as propostas apresentadas.
Será enorme a tarefa a realizar, mas este grupo deu provas da sua real capacidade para a levar a bom termo."

O amigo José Mateus tinha razão, foi enorme a tarefa, mas toram tantos os frutos que ainda hoje perduram! E foi com nostálgica saudade que reli o nosso Jornal e recordei os momentos inesquecíveis naquela casa!
Há quem diga que o passado não importa, só interessa o futuro!

Como se conseguirá construir um bom futuro se não existir igualmente um bom passado!?

sábado, 14 de março de 2009

ATLETISMO



Após alguns anos de interregno, voltámos a ter hoje, uma prova de atletismo, na nossa aldeia.

A prova que foi uma organização do Núcleo Sportinguista de Faro, com o apoio da Junta de Freguesia de Conceição de Faro e o apoio técnico da Associação de Atletismo do Algarve, teve lugar nas ruas do novo bairro, com inicio as 15,00 horas.

Algumas dezenas de jovens atletas em representação de nove clubes algarvios, disputaram a prova nas categorias de Bambis, Infantis, Iniciados e Juvenis, masculinos e femininos.
Só uma pequena nota para lamentar a não inclusão dos séniores populares e veteranos que certamente iria aumentar o interesse e trazer muito mais atletas a esta prova.

quinta-feira, 12 de março de 2009

I G P ATLETISMO JOVEM ESTRADA



A Junta de Freguesia de Conceição de Faro, vai levar a efeito no próximo Sábado, dia 14, a partir das 15 horas, o seu "1º. Grande Prémio de Atletismo Jovem de Estrada".

A prova terá inicio junto á sede da Junta.

sábado, 7 de março de 2009

FREGUESIA DE CONCEIÇÃO

"... 3486 eleitores inscritos..."

A nossa freguesia é a 4ª. do concelho, em termos de eleitores, com 3486 eleitores inscritos, tendo atrás de si apenas a freguesia de Santa Bárbara de Nexe, com 3040 e a freguesia de Estoi, com 2887.

A maior freguesia do concelho é a Sé, com 26491 eleitores, ficando a seguir São Pedro com 12 615, estando a freguesia do Montenegro no 3º. lugar, com 5186.

No somatório o concelho de Faro, totaliza 53705 eleitores, colocando-se á frente de todos os concelhos algarvios.

Estes números agora publicados no Diário da Republica, servem entre outras coisas, para definir as verbas mensais que cada freguesia recebe do estado e consequentemente o dinheiro que terá disponível no seu orçamento.

Naturalmente mais eleitores maior verba.

quarta-feira, 4 de março de 2009

X MARCHA PASSEIO DA RIA FORMOSA


A Marcha Passeio decorrerá em pleno Parque Natural da Ria Formosa (Pontal, Moiras e Navalhas), enquadramento de excelência para a realização de um evento desta natureza.
9.00 horas -Concentração dos participantes junto á entrada secundária da Universidade do Algarve, Campus de Gambelas.
10.00 horas- Inicio da Marcha
São três os percursos disponiveis e cada participante poderá optar pela distância que preferir, a saber:
-4,50kms
-7,00kms
-9,00kms

Saliente-se que esta marcha tem vindo a conseguir, ano após ano, o estatuto de melhor marcha do calendário, quer pela beleza do local onde se realiza, quer pela cuidada organização do evento.

Todos os interessados poderão inscrever-se gratuitamente na Divisão de Desporto e Juventude da Câmara Municipal de Faro, sita na:
- Av. Cidade Hayward, Piscinas Municipais de Faro - 8004-001 Faro
Tel. 289 897 425
Fax. 289 813 381
E-mail: ddj.dasedj@cm-faro.pt

domingo, 22 de fevereiro de 2009

CARNAVAL BELA CURRAL 2009



Decorreu hoje o primeiro dos dois dias previstos para o desfile de Carnaval de Bela Curral.

Dia excelente, solarengo, calor, muita gente e alegria, foram os ingredientes suficientes para garantir o sucesso deste Domingo de Carnaval.

Este ano o corso carnavalesco voltou ao seu formato inicial, isto é o percurso fazia-se entre Bela Curral e o cruzamento do Marilio, causando algum embaraço no normal desfile dos carros, mas sem problemas de maior cuidado.

Na próxima Terça Feira, dia de Carnaval a festa repete-se esperamos que com os mesmos ingredientes!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

A RIBEIRA


"...a ribeira leva água..."

Há cerca de duas semanas consecutivas, desde das chuvas do inicio de Fevereiro, que na ribeira corre água, ou melhor, como nós costumamos dizer “a ribeira leva água”.

Longe vão os tempos em que a ribeira começava a levar água no final do Outono, princípio do Inverno e só secava no final da Primavera inicio do Verão, ocorrendo de vez em quando algumas cheias com a água a extravasar o seu estreito e sinuoso leito, provocando alagamentos nos terrenos vizinhos.

Desde sempre com uma relação muito próxima com a nossa aldeia, até há alguns anos atrás a ribeira era um elemento importante na vida de grande parte da nossa freguesia.
Era na ribeira que semanalmente se lavava a roupa, era também na ribeira que após a matança do porco se iam lavar as tripas, era também na ribeira que se ia buscar a água para regar algumas hortas mais próximas e era na ribeira que se apanhavam os calhaus que se utilizavam na construção das casas.

Foi na ribeira que eu e muitos outros miúdos aprendemos a dar as primeiras braçadas na água.

O aparecimento dos furos artesianos, o enorme crescimento do consumo de água e também as alterações climatéricas, chove agora menos do que chovia naquela altura, faz com que quando a ribeira corre duas semanas consecutivas seja noticia.

A ribeira está actualmente um pouco esquecida e houve até alguém que resolveu vazar para lá os esgotos da estação de tratamento. Felizmente essa situação neste momento já está resolvida e ultrapassada.

Cumprindo a sua principal função que é a de receber os excessos de águas das chuvas que caiem e correm desde a serra de São Brás de Alportel, até á Ria formosa, em Faro, alheia a todos os casos e problemas, a ribeira aí está carregada de história e histórias certamente interessantes.

O seu leito cada vez mais seco, faz jus ao seu próprio nome “Ribeira do Rio Seco”.
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sábado, 14 de fevereiro de 2009

CARNAVAL BELA CURRAL



Decorre dos próximos dias 22 e 24 ou seja Domingo e Terça-Feira, o Carnaval de Bela Curral o qual á semelhança dos anos anteriores terá o desfile dos carros e dos vários grupos de foliões a partir das 15,00 horas.

Uma boa oportunidade para esquecer por um pouco a crise e brincar até a fazer de conta que ela não existe.

Eu pelo meu lado lá estarei!