" Após o 2º. Domingo de Setembro é autorizado o rebisco..."
Estamos em plena época do "varejo" que começa em "meados" de Julho, terminando a meio de Setembro.
Cerca de dois meses em pleno rigor do verão que eram necessários para varejar e apanhar toda "a novidade do ano", ou seja, as amêndoas, alfarrobas e figos dos quais a freguesia de Conceição de Faro era boa produtora.
Trabalho árduo, artesanal feito marioriatariamente por homens que utilizando varas de pau ou cana com cerca de 4 a 5 metros de comprimento, batem com alguma força e habilidade nos frutos, para os deitar ao solo, sendo depois apanhados á mão para "alcofas, cestos e quentais", pelas mulheres que seguem atrás.
Estas vasilhas utilizadas para apanha, são despejadas em sacos, para facilitar o transporte e armazenamento.
Os frutos têm de ser apanhados neste período de tempo, evitando que maduros e ainda nas árvores se estraguem com as primeiras chuvas de Outono.
No final do varejo após o 2º. Domingo de Setembro, era autorizado o "rebisco", isto é, qualquer pessoa podia entrar na propriedade alheia a fim de rebuscar e apanhar para si, os frutos eventualmente perdidos na apanha.
Após o dia de S. Miguel (finais de Setembro), o "rebisco" era autorizado até nas propriedades que não tinham sido varejadas, presumindo-se que o varejo não iria ser feito nesse ano!
Hoje esta actividade foi praticamente esquecida ou abandonada na nossa freguesia.
Devido á abundância de água quase deixaram de existir os grandes pomares de sequeiro de belas amendoeiras, frondosas alfarrobeiras e doces figueiras, sendo substituídos por regadios pomares de citrinos.
Também a técnica da apanha dos frutos secos foi desenvolvida utilizando-se agora vibradores mecânicos que colocados nos troncos das árvores, ao vibrar fazem cair os frutos sobre uma rede que cobre o solo, facilitando a apanha.
"Conceição freguezia derramada por cazaes a N.O. de Faro, quasi toda em terreno plano e de boa produção de cereaes e algum figo. Igreja mediana em fábrica, junto á ribeira que vêm á ponte do Rio Secco na estrada de Faro, só com casas do parocho ao pé, o qual pagava outr´ora 400 réis por anno ao prior de S. Pedro de Faro, de reconhecença. Confina com Estoi ao N., S. João da Venda e Stª. Barbara a O., Faro a S., Pexão a E. ... antigo curato de apresentação do Bispo no termo de Faro..."
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JJ Rodrigues