"História de um caçador que indo á caça..."
Esta pequena história ocorreu há mais de 50 anos!
O caso passou-se ali para os lados da Galvana, onde na sua horta vivia o "Zé Nhonha", homem que muito se gabava de ser grande caçador.
Os amigos contradiziam-no afirmando que não passavam de gabarolices. Nem sequer tens uma arma capaz, diziam-lhe.
Um dia, para o arreliar preparam-lhe uma pequena brincadeira.
Num dia de inverno, alguém que apanhara viva uma pequena coderniz prende-a pelas patas, a um curto fio, colocando-a no meio de uma eira de luzerna ceifada. Sem poder voar o pássaro ficou imóvel, parecendo estar simplesmente agachada.
O Joaquim Pézinho vai chamar o Zé Nhonha, dizendo-lhe que tinha visto por ali uma coderniz.
O homem entusiasmado, pegou na sua espingarda de fabrico artesanal, preparou a carga que era de atacar pela boca, colocou o fulminante, dirigiu-se para o local onde o outro lhe tinha dito que a coderniz estaria.
Era por volta do meio dia, a terra estava empapada de uma chuva miudinha que caia desde a madrugada.
Ao chegar ao canteiro da luzerna o homem avistou logo a coderniz, mas não percebendo a marosca, trata de se deitar no chão enlameado, retira o chapéu, rasteja sorrateiro até muito próximo do pássaro que estando preso naturalmente não fugiu.
Já muito próximo tenta disparar a arma mas tal não acontece devido ao estado ensopado do fulminante que era de papel. Substitui o fulminante, rasteja mais um pouco encontrando-se a pouco mais de 3 metros da ave, tenta disparar mas continua sem conseguir.
Desesperado, larga a arma, rasteja mais um pouco. Vendo que a coderniz continuava imóvel, levanta-se, corre, atirando-se sobre ela!
Ao agarra-la, verifica que está presa e impossibilitada de fugir. Percebe que foi enganado!
Ouve atrás de si, as gargalhadas dos amigos que abrigados da chuva esperavam para ver o final da brincadeira.
Irritado levanta-se!
Está num estado lastimável, enlameado, molhado, humilhado e muito zangado!
Os amigos que lhe tinham preparado a brincadeira, não esperaram mais. Fugiram dali tão depressa quanto puderam! Safa-te! O homem não está para brincadeiras!
Dizem que durante muitos meses não entrou na taberna, para a habitual cavaqueira com os amigos, nem tão pouco lhes dirigia a palavra quando por acaso se cruzava com eles!
Sem honra nem glória, termina a história de um caçador que indo á caça foi caçado! Na brincadeira, claro!
"Conceição freguezia derramada por cazaes a N.O. de Faro, quasi toda em terreno plano e de boa produção de cereaes e algum figo. Igreja mediana em fábrica, junto á ribeira que vêm á ponte do Rio Secco na estrada de Faro, só com casas do parocho ao pé, o qual pagava outr´ora 400 réis por anno ao prior de S. Pedro de Faro, de reconhecença. Confina com Estoi ao N., S. João da Venda e Stª. Barbara a O., Faro a S., Pexão a E. ... antigo curato de apresentação do Bispo no termo de Faro..."
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JJ Rodrigues