quarta-feira, 26 de novembro de 2014

TROCADILHO



Hoje, vou falar de "trocadilho", ou seja, quando se fala de alhos a pronta resposta vem referida a "bogalhos"!

Há pessoas assim, têm sempre o trocadilho pronto na ponta da língua, seja qual fôr a ocasião.

Por outro lado existem outras pessoas que não gostam nem compreendem o trocadilho, chegando mesmo a levar a mal quando a resposta em geito de brincadeira, vem trocada.

Por vezes o que se pretende ser uma brincadeira acaba por resultar em "zanga".

Cabe aqui uma pequena história que ocorreu na Conceição de Faro há alguns anos  atrás entre o "mestre" Zé e a "ti" Margarida.

O mestre Zé, homem de meia-idade, bem disposto e brincalhão, não perde a oportunidade para um bom trocadilho que lhe sai quase instintivamente bastante a propósito.

A "ti" Margarida sensivelmente da mesma idade era uma mulher bastante atraente.

Um dia, mestre Zé que passeava pelo campo com os seus dois cães, foi surpreendido pela tia Margarida que ao encontrá-lo, disse:

-Ah, este homem é mesmo parecido com o meu marido, no geito de andar, na altura, no vestir, até no pôr do chapéu!

Ao que o mestre Zé prontamente de forma brincalhona, retorquiu: -Veja lá se até no pôr do chapéu!?...

"O pôr do chapéu" foram as últimas palavras ouvidas dando  o mote ao infeliz trocadilho que não agradou à mulher que rapidamente se afastou proferindo alguns impropérios.

Espantado com a reacção inesperada mestre Zé deu-se conta que a  brincadeira poderia ter ofendido a dignidade da mulher sugerindo que o marido não conseguiria colocar o chapéu como o dele, devido a alguma infidelidade conjugal que lhe adornasse a cabeça.

Aqui está o exemplo simples como um inocente trocadilho pode causar uma grande complicação!

Por mim continuarei a brincar e fazer trocadilhos sempre que a oportunidade se proporcionar!


terça-feira, 4 de novembro de 2014

FIGOS ALGARVIOS VII

Toda a temática do figo ou melhor de todos os figos, das nossas condições privilegiadas para a sua cultura, vai certamente dar que falar. Só não estou a ver as razões para uma quasi ostracização desse fruto de grandes tradições na nossa Província.

No seio da UE nomeadamente dos Países da orla Mediterrânica há empenho na sua divulgação e cultura.

Ando há um ror de tempo à procura de alguém interessado no assunto e conhecedor das nossas variedades deste fruto para troca de impressões e experimentação dos vários tipos mas não encontrei ainda ninguém.

É triste mas é assim ...

Basta atravessar a fronteira aqui ao lado, procurar e mesmo na Internet encontra-se tudo o que é necessário saber:
  • Pessoas dispostas a discutir o assunto e a trocar impressões e experiências
  • Publicações a propósito dos variadíssimos aspectos da sua cultura e onde se aprende muito.

A Internet tem inúmeros artigos, vídeos, clip's e blogs sobre o assunto mas terá que se saber inglês, espanhol ou francês.

Se tentarmos pesquisar em português, vamos 'aterrar' em paginas brasileiras que certamente me merecem todo o respeito mas não respondem às nossas necessidades..

Há uns dias deparei-me com um blog "interessantíssimo" criado por agricultor experimentado na zona de Beja (Senhor Coronel Teté)


Onde as pessoas interessadas na cultura da nogueira podem chegar facilmente ao seu contacto e pôr as suas perguntas. 
As respostas são prontas, esclarecedoras e gratuitas !

Aparentemente nós temos inúmeros técnicos altamente qualificados na sua maioria jovens, desempregados e sem qualquer horizonte à vista, talvez à espera duma oportunidade para emigrar,quem sabe ?!

Porque não criar pólos esclarecedores para juventude que planeie uma actividade agrícola, utilizando estes seus semelhantes e que os podem verdadeiramente elucidar ?

Enquanto que nos Países com condições inegavelmente inferiores às nossas se continua a apostar na economia de base agrícola, como muitos dos mais evoluídos a começar pelos Estados Unidos, Espanha, França, Holanda, nós levamos muito tempo para compreender e acompanhar a passada dos outros.

Aqui e ali caímos em situações caricatas como o sujeito que limpou o bocado de mata que lhe pertence (como os serviços competentes aconselham) para prevenir incêndios por exemplo, está às contas com a Justiça e é capaz de ir para à cadeia porque não tratou do assunto com os papéis da praxe.

Já me alonguei em demasia e desculpem lá toda esta lenga-lenga mas tudo isto é revoltante!

Boa noite
F. Martins

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

BATATA - DOCE II

"Já agora só mais uma pequena achega ..."


Cada vez mais difícil, dado os preços proibitivos de alguns ingredientes, também era comum na cozinha algarvia, prepararem-se boas caldeiradas de lulas ou chocos com batata doce e tomate da horta.

A rama da batata doce bem lavada e preparada (esparregado) servia também para acompanhamento de alguns pratos.

Lembro as duas principais variedades de batata doce comuns no Algarve e qualquer delas óptima para todos os cozinhados onde apareciam.

Eram a batata da zona de Loulé, muito doce e amarela que ao levar ao forno depois da saída do pão, assava rapidamente e largava um néctar na sua base e extremamente doce ... a sua forma era mais sobre o comprido.

A outra era a batata mais do Barlavento, da zona de Aljezur (Rogil) mais firme e arredondada não tão 'sumarenta' como a de Loulé, mais esbranquiçada, mas também muito doce e com sabor parecido à castanha assada/cozida ...

Eram óptimas para assar ou cozer e também ás rodelas finas, fritas no azeite e que acompanhavam carapaus, geadinhos, muxarrinhas e fanecas fritas!

Histórias !!

Hoje o carapau da sacada ideal para fritar está pelas ruas da amargura, mais caro que o bolo de amêndoa !

Dizem os especialistas que peixe frito é mau para a saúde e as batatas engordam demasiado o pessoal ... e que o coração vai-se abaixo, etc etc...

Os meus avós que ´zarparam´' já dentro dos 90's sempre comeram tudo isto e bebiam ainda melhor e bem duraram ...

Vá-se lá saber...

Penso que os ares é que são diferentes.

Olhem, Bom Apetite!
Francisco Martins


domingo, 2 de novembro de 2014

BATATA-DOCE



Há alguns anos atrás, a batata-doce, a par de outros alimentos como o feijão e a carne de porco, era um dos ingredientes principais da alimentação, na Conceição de Faro.

Naquele tempo compravam-se ás "arrobas" para dar para o gasto da casa, até à próxima colheita e guardavam-se em caixas de madeira ou num canto da casa mais reservado, envoltas em palha ou "folharasca" (folhas secas de alfarrobeira).

A batata-doce entrava obrigatoriamente na receita do cozido com feijão, repolho, carne de porco e massa ou arroz, da qual tínhamos pelo menos uma refeição diária.

Também entrava junto com a farinha, o sal e o fermento, na massa com que se fazia o nosso pão caseiro.

Eram também muito apreciadas, assadas no forno onde se cozia o pão.

Como refeição principal, comiam-se cozidas acompanhadas de sardinhas salgadas ou carapaus fritos.

A batata-doce fazia e ainda faz, parte do recheio das nossas "empanadilhas".

Em criança costumava comê-las fritas ás rodelas ou até cruas.

Todos estes usos ainda hoje acontecem mas não diariamente como acontecia naquele tempo, comprando-se agora em pequenas quantidades apenas suficientes para uma ou duas refeições.

 Resta acrescentar que sendo tão importante na nossa alimentação a batata-doce era cultivada em quase todas as nossas hortas.

Plantavam-se duas ou três eiras de batatas mais pequenas para depois lhes cortar a rama e dispor no local onde iriam dar as novas batatas. Tudo isto a decorrer entre Junho (inicio do viveiro) Agosto (plantação das ramas) e Novembro (colheita das novas  batatas).


sábado, 1 de novembro de 2014

A OBRA

Desde há muito tempo que se via a necessidade de alterar o acesso à "passadeira" para peões, na rua 25 de Abril, em frente à escola e que maioritariamente é utilizada por crianças.

A "passadeira" que dum lado dá acesso ao passeio junto à escola, no outro sai para uma escassa passagem encostada à parede, por dentro duma valeta empedrada sem a mínima segurança.

Agora a autarquia resolveu cortar a extremidade dessa parede e criar um espaço para acesso a uma "passadeira" que segundo se diz,  irá ser colocada em frente, melhorando significativamente a segurança.

O "espaço" foi construído  em cimento,  ao nível do pavimento da rua, sem usar qualquer lancil de protecção.

Entretanto a obra deixou a descoberto uma "caixa" semelhante ás dos esgotos que já existia no local antes ajardinado mas que agora ficou a descoberto devido à obra.

 Elevada muito acima do  pavimento, a caixa torna-se perigosa para quem por ali passa quer seja peão ou veiculo que se encoste demasiado à direita ao entrar na rua das Amendoeiras ou para estacionar junto ao cemitério.

Antes havia um muro que servia de referência aos condutores mas agora existe esta caixa que embora perigosamente alta para os veículos, é de fraca visibilidade

Pede-se por isso bom senso e que se coloque a tampa da caixa ao nível do pavimento, anulando o risco de acidentes naquele local.