domingo, 2 de novembro de 2014

BATATA-DOCE



Há alguns anos atrás, a batata-doce, a par de outros alimentos como o feijão e a carne de porco, era um dos ingredientes principais da alimentação, na Conceição de Faro.

Naquele tempo compravam-se ás "arrobas" para dar para o gasto da casa, até à próxima colheita e guardavam-se em caixas de madeira ou num canto da casa mais reservado, envoltas em palha ou "folharasca" (folhas secas de alfarrobeira).

A batata-doce entrava obrigatoriamente na receita do cozido com feijão, repolho, carne de porco e massa ou arroz, da qual tínhamos pelo menos uma refeição diária.

Também entrava junto com a farinha, o sal e o fermento, na massa com que se fazia o nosso pão caseiro.

Eram também muito apreciadas, assadas no forno onde se cozia o pão.

Como refeição principal, comiam-se cozidas acompanhadas de sardinhas salgadas ou carapaus fritos.

A batata-doce fazia e ainda faz, parte do recheio das nossas "empanadilhas".

Em criança costumava comê-las fritas ás rodelas ou até cruas.

Todos estes usos ainda hoje acontecem mas não diariamente como acontecia naquele tempo, comprando-se agora em pequenas quantidades apenas suficientes para uma ou duas refeições.

 Resta acrescentar que sendo tão importante na nossa alimentação a batata-doce era cultivada em quase todas as nossas hortas.

Plantavam-se duas ou três eiras de batatas mais pequenas para depois lhes cortar a rama e dispor no local onde iriam dar as novas batatas. Tudo isto a decorrer entre Junho (inicio do viveiro) Agosto (plantação das ramas) e Novembro (colheita das novas  batatas).


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JJ Rodrigues