terça-feira, 16 de setembro de 2014

MAQUIA



Há dias atrás falando com um amigo, sobre os "figos e figueiras algarvias" e da sua preocupação em fazer o "cambo" (apanha) do figo antes de chover, perguntei-lhe qual o destino que iria dar ao figo.

Disse-me que ia quase todo para a destilaria do "João Pauzudo" que lhe renderia cerca de 5 litros de aguardente, por cada 20 quilos.

Ou seja, o dono da destilaria retirando a "maquia" como paga do seu trabalho, entrega o restante aos clientes que lhe levam os figos.

Nos casos de pequenas quantidades de figo em que não dá para o homem retirar a "maquia" entrega toda a aguardente resultante do figo e o cliente terá de pagar o seu trabalho.

Na verdade conhecia o costume mas não recordava a palavra que me surpreendeu quando a escutei.

A conversa foi-se desenvolvendo à volta deste velho hábito que ainda perdura, até noutras situações, como é o caso do medronho e a sua aguardente, da azeitona e o azeite, do trigo e a farinha.

A propósito de farinha e do trigo antigamente quando se precisava, ia-se à mercearia entregava-se o trigo  recebendo-se a farinha retirando o comerciante a sua "maquia" que naturalmente seria maior do que se o trigo fosse entregue na moagem.

No passado, por falta de moeda corrente, a "maquia" era usada como pagamento em muitas outras situações.

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JJ Rodrigues