quarta-feira, 6 de novembro de 2013

ODE AO BATE CU

"Bate Cu ... aldeia Morena"

No coração das Campinas
há uma aldeia pequena;
quinze casas pequeninas,
Bate Cu...aldeia Morena.

Morena, porque Morenos
eram os seus proprietários;
senhorios de pequenos,
grandes artistas e operários.

Sem água, esgotos ou luz,
mas lixeira aberta ao céu;
o que por vezes conduz
a cagar de cu ao léu!

E por isso lhe chamaram
este nome feio e raro;
e nem se quer se lembraram
que estavam às portas de Faro.

No Ti Joaquim Farrajal,
venda pacata e decente;
havia sempre jornal,
e “quartinhos” de aguardente.

O velho José Farelo,
GNR reformado;
compunha sapatos de ourelo
e todo o tipo de calçado.

O senhor João Sapateiro,
em obra fina um artista;
ganhava muito dinheiro
nos sapatos de corista!

Ali moravam cantoneiros,
que cuidavam da estrada,
pedreiros , relojoeiros,
e trabalhadores de enxada.

Mas a glória suprema
e que os levou ao delírio;
foi figurar no cinema,
no filme de Carlos Porfírio.*

* (Um Grito na Noite)
(1948)

José Elias Moreno
Almada
5.11.2013

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