quinta-feira, 21 de julho de 2011

MAL EMPREGADA PALHA

"O malandro do Guerreiro bem se divertiu ..."


Ontem á noite numa roda de amigos em que estavam, o mestre Chico, o Manuel Mestre, o Carlos França, o José Faustino, o Martins e eu próprio, a conversa resvalou para o habitual tema, do acesso á auto-estrada que vai atravessar e estragar, as melhores hortas do Besouro, Paço Branco e Campinas.

Tema recorrente e polémico que nos trás a todos preocupados.

De repente o Faustino a propósito de uma declaração de um dos presentes, exclama:

-Mal empregada palha!

Todos sorrimos.

Eu fiquei pensativo porque me lembrava desta frase, mas não me recordava a que propósito. O Faustino vendo que fiquei calado perguntou olhando diretamente para mim:

-Sabes o que quer dizer?

Respondi-lhe que sim, mas não tendo a certeza, continuei apreensivo e na dúvida disse-lhe:

-Eh pá, lembro-me da frase mas não sei bem porquê.

Não sabes?

Lembram-se do "Guerreiro" que morava ali ao pé do Bento Ferradeira?

Toda a gente se lembrava do Guerreiro. O Guerreiro quando alguém o desagradava, atirava~lhe rápidamente com esta frase, tipo sentença:

-Ah, mal empregada palha...

De tal forma repetiu esta sentença que acabou por ganhar a alcunha de "mal empregada palha".

O curioso é que tal como agora toda a gente sorria mas não sabia exactamente o que queria dizer.

Mas o Faustino que ouvira diretamente do Guerreiro, a explicação, acabou com a duvida...

Lembram-se de antigamente quando as porcas prenhas estavam prestes a dar á luz, o dono fazia-lhes uma boa cama de palha para que não houvesse problemas com nascença dos bacorinhos.

Após o parto, o dono analizava as crias e quando por vezes sucedia que não eram tão fortes e bonitas, como o desejado, acabava por exclamar:

- Ah, mal empregada palha ... que naturalmente era a que tinha  gasto para a cama da porca e das suas crias.

 Assim, sem mais nem menos, apenas por outras palavras, o Guerreiro chamava aos seus desafectos, porcos e feios

Rimos novamente. O malandro do Guerreiro, bem se divertiu á custa dos outros. E nós a pensar que ele apenas quereria dizer que "não vales a comida que comes".

Com esta e com outras, não demos pelo tempo passar e já passa da meia-noite. São horas de ir para a cama que amanhã é dia de trabalho.

Despedimo-nos.

E eu despeço-me também até uma próxima história.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Olá amigos
Usem a caixa abaixo para escrever a Vossa mensagem de forma correta e sucinta, tratando apenas um assunto em cada comentário (mensagem).
Obrigado
JJ Rodrigues