"Conceição freguezia derramada por cazaes a N.O. de Faro, quasi toda em terreno plano e de boa produção de cereaes e algum figo. Igreja mediana em fábrica, junto á ribeira que vêm á ponte do Rio Secco na estrada de Faro, só com casas do parocho ao pé, o qual pagava outr´ora 400 réis por anno ao prior de S. Pedro de Faro, de reconhecença. Confina com Estoi ao N., S. João da Venda e Stª. Barbara a O., Faro a S., Pexão a E. ... antigo curato de apresentação do Bispo no termo de Faro..."
sábado, 4 de fevereiro de 2017
JOGO DA MÃE
Recordo o jogo que em meados do século passado (ao tempo que isto já foi), nos ocupava as noites de domingo, enquanto os nossos pais, se entretinham no baile da aldeia que era no salão do senhor Manuel.
Naquele tempo ainda demasiado novos para nos atrevermos a "ir buscar" uma moça para dançar, saiamos do salão para nos juntarmos no largo da igreja para as brincadeiras e jogos de grupo.
"A mãe", era um jogo de "apanhar" com a particularidade de nos dividirmos em dois grupos, como se fazia para os jogos de bola e ser jogado na escuridão da noite da nossa aldeia que naquela época mal tinha meia dúzia de pequenas lâmpadas incandescentes na rua principal, uma delas iluminando o largo da igreja.
Em cada um dos grupos compostos apenas por rapazes, existiam um chefe que chamávamos de "mãe" que era escolhido pela sua habilidade para se esconder e fugir do grupo que o procurava.
Enquanto um grupo se escondia o outro contava até vinte, antes de iniciar as buscas, para descobrir e agarrar (prender) os elementos do grupo contrário.
À medida que iam sendo agarrados juntavam-se no largo da igreja esperando o desfecho do jogo.
O jogo terminava quando conseguíssemos prender "a mãe" do grupo fugitivo que naturalmente era sempre o mais difícil quer de encontrar quer de agarrar.
Esta história que há alguns dias me andava na cabeça voltou hoje quando por casualidade encontro o Fernando Ramos que naquele tempo era conhecido por Fernando do "Bairro" e que foi também uma das mães que me ficou na memória por alguns episódios agora hilariantes mas que naquele tempo nos deixavam aborrecidos.
Suspeitávamos que naquelas noites em que não o conseguíamos encontrar era porque ele se refugiava na sua casa no bairro que é muito perto do largo da igreja, deitava-se para dormir e deixava que o procurássemos até nos cansarmos e desistirmos.
Naturalmente que nem sempre procedia dessa forma e numa das noites em que resolveu esconder-se atrás da escola primária, deitado em cima de uma pernada de amendoeira que ficava um pouco acima das nossas cabeças, a coisa não lhe correu muito bem.
Escondido entre as folhas, divertia-se vendo-nos procurar atrás dos troncos, mas não olhando para cima da árvore onde ele estava.
Inesperadamente o Américo olha para cima, vê o vulto escuro e ao mesmo tempo que grita: -aqui está um!, salta e puxa a pernada da árvore na tentativa de agarrar quem lá estava.
O resultado foi que a pernada se partiu e o Fernando que não teve tempo de saltar nem de se agarrar a outra parte da árvore, cai desamparado ficando muito queixoso das costas.
O jogo e a brincadeira terminou assim nessa noite, sem graça para o Fernando!
Também eu termino esta evocação do passado mas fico na expectativa de que alguém se lembre de outras histórias sobre este ou outros jogos e as queira recordar aqui.
Um bom fim de semana para todos!
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JJ Rodrigues