terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

ENTRUDOS



Os "entrudos" já quase não se vêm nas ruas da nossa aldeia.

Antigamente eram muitos os que no domingo e terça-feira de carnaval, deambulavam de casa em casa, em pequenos grupos, brincando nas mais diversas e caricatas situações.

Por vezes eram-lhes oferecidas bebidas que eles aceitavam com alguma reticencia porque tinham dificuldade em beber sem retirar a máscara.

A intenção de quem oferecia era também essa, a de tentar que fosse levantada a máscara e assim descobrir quem estava por detrás dela.

Sabendo disso, alguns entrudos afastavam-se um pouco para escondidos levantar a máscara e beber, outros mais precavidos traziam já consigo um pequeno canudo por onde chupavam as bebidas.

 Aos entrudos era permitido quase todo o tipo de brincadeiras e desde que não exagerassem tudo lhes era perdoado.

Um hábito que também se perdeu, é o das "cartas de carnaval" onde de  forma anónima se escrevia algumas "graças" nem sempre engraçadas para quem as recebia.

Estas cartas só tinham destinatário, não traziam remetente ou se traziam não era correcto.

Muitas cartas chegavam alguns dias após o carnaval e perdiam a graça.

Vou acabar esta pequena prosa evocativa do entrudo porque daqui a nada passou o carnaval e tal como as cartas, acaba por chegar fora de tempo.

Bom entrudo para todos!




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JJ Rodrigues