"Conceição freguezia derramada por cazaes a N.O. de Faro, quasi toda em terreno plano e de boa produção de cereaes e algum figo. Igreja mediana em fábrica, junto á ribeira que vêm á ponte do Rio Secco na estrada de Faro, só com casas do parocho ao pé, o qual pagava outr´ora 400 réis por anno ao prior de S. Pedro de Faro, de reconhecença. Confina com Estoi ao N., S. João da Venda e Stª. Barbara a O., Faro a S., Pexão a E. ... antigo curato de apresentação do Bispo no termo de Faro..."
terça-feira, 17 de fevereiro de 2015
ENTRUDOS
Os "entrudos" já quase não se vêm nas ruas da nossa aldeia.
Antigamente eram muitos os que no domingo e terça-feira de carnaval, deambulavam de casa em casa, em pequenos grupos, brincando nas mais diversas e caricatas situações.
Por vezes eram-lhes oferecidas bebidas que eles aceitavam com alguma reticencia porque tinham dificuldade em beber sem retirar a máscara.
A intenção de quem oferecia era também essa, a de tentar que fosse levantada a máscara e assim descobrir quem estava por detrás dela.
Sabendo disso, alguns entrudos afastavam-se um pouco para escondidos levantar a máscara e beber, outros mais precavidos traziam já consigo um pequeno canudo por onde chupavam as bebidas.
Aos entrudos era permitido quase todo o tipo de brincadeiras e desde que não exagerassem tudo lhes era perdoado.
Um hábito que também se perdeu, é o das "cartas de carnaval" onde de forma anónima se escrevia algumas "graças" nem sempre engraçadas para quem as recebia.
Estas cartas só tinham destinatário, não traziam remetente ou se traziam não era correcto.
Muitas cartas chegavam alguns dias após o carnaval e perdiam a graça.
Vou acabar esta pequena prosa evocativa do entrudo porque daqui a nada passou o carnaval e tal como as cartas, acaba por chegar fora de tempo.
Bom entrudo para todos!
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JJ Rodrigues