"Conceição freguezia derramada por cazaes a N.O. de Faro, quasi toda em terreno plano e de boa produção de cereaes e algum figo. Igreja mediana em fábrica, junto á ribeira que vêm á ponte do Rio Secco na estrada de Faro, só com casas do parocho ao pé, o qual pagava outr´ora 400 réis por anno ao prior de S. Pedro de Faro, de reconhecença. Confina com Estoi ao N., S. João da Venda e Stª. Barbara a O., Faro a S., Pexão a E. ... antigo curato de apresentação do Bispo no termo de Faro..."
terça-feira, 26 de novembro de 2013
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
FESTAS DA PADROEIRA
O programa para o dia 8 é o seguinte:
- 8.00 horas - Alvorada com repique de sinos
- 09.00 - 15.00 horas - Romaria
- 16.00 horas - Eucaristia Solene
- 17.00 horas - Procissão acompanha pela Banda Filarmónica de Faro e Grupo Equestre de Estoi
- 17.45 horas - Bênção Final
- 18.00 horas - Leilão de Ramos, na Casa do Povo
- 19.30 horas - Actuação do Rancho Folclórico da Casa do Povo
- 21.00 horas - Tradicional Baile Popular
- Beatriz Ruivo
- Filipe Bernardo
A organização pertence como habitualmente à Comissão de Festas da Paróquia de Nª. Sª. da Conceição, com o apoio da Casa do Povo de Conceição de Faro, do Paço Branco - Clube Amigos Ciclomotores Antigos, do Município de Faro e da Associação de Freguesias Conceição e Estoi.
domingo, 24 de novembro de 2013
O VARINHA
Hoje, volto ao meu baú de recordações, para falar do "Varinha".
O Varinha era aquele homem que ninguém vencia nas "abarcas", digamos que não era de forma alguma derrubado.
A abarca era uma rudimentar luta corpo a corpo amigavelmente disputada entre dois homens para saber qual era o mais ágil e forte.
Vencia o que conseguisse derrubar o outro.
Era tal a importância das abarcas que na época chegou a organizar-se um campeonato, no qual concorreram quase todos os homens fortes das redondezas.
Este campeonato teve um surpreendente vencedor vindo da freguesia vizinha de Pechão, cujo nome não me recordo, mas que lá tinha uma oficina de bicicletas.
Como as abarcas eram disputadas em tronco nu, o homem utilizou uma táctica curiosa, untando-se do tronco para cima com massa lubrificante, o que dificultou os adversários que dessa forma não conseguiam agarrá-lo.
Sendo ele também um homem bastante forte, não teve dificuldade em agarrar e derrubar todos os adversários com quem lutou.
Digamos que varinhas não são apenas os invencíveis nas abarcas mas também aqueles que eram imbatíveis noutras actividades quer profissionais quer de mera diversão ou recreio.
O maior e melhor era considerado "o pai deles todos", ou seja, um homem respeitado e admirado por todos, cujo valor não tinha discussão era unanimemente reconhecido.
terça-feira, 12 de novembro de 2013
SEMENTEIRA BOA
Longe vão os tempos em que na Conceição de Faro, a "Sementeira Boa", era aquela que se fazia antes da Festa da Padroeira ou seja antes de 8 de Dezembro.
A partir dessa data as sementeiras eram consideradas "serôdias" ou tardias.
Também não se podia correr o risco de as fazer "temporôas" ou "temporãs", isto é, demasiado cedo porque nesse caso poder-se-ia perder a sementeira devido ao calor e falta de chuva.
Nesse tempo a fava e o grizéu predominavam nas sementeiras de sequeiro da freguesia a que se juntavam o trigo, aveia, centeio, cevada e algum grão de bico.
As favas e os grizéus (ervilhas) enquanto verdes e frescos iriam servir-nos de apetitosas refeições durante a primavera, até começarem a secar ainda na rama, sendo recolhidos da terra no final desta estação (inicio mês de Junho).
Depois de secas as sementes dos grizéus iriam ser guardadas para a próxima sementeira.
Quanto ás favas também se guardando para semear, o excesso servir-nos-ia para alimentar os animais muares e o nosso próprio consumo sendo muito apreciadas torradas.
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
ODE AO BATE CU
"Bate Cu ... aldeia Morena"
No coração das Campinas
há uma aldeia pequena;
quinze casas pequeninas,
Bate Cu...aldeia Morena.
Morena, porque Morenos
eram os seus proprietários;
senhorios de pequenos,
grandes artistas e operários.
Sem água, esgotos ou luz,
mas lixeira aberta ao céu;
o que por vezes conduz
a cagar de cu ao léu!
E por isso lhe chamaram
este nome feio e raro;
e nem se quer se lembraram
que estavam às portas de Faro.
No Ti Joaquim Farrajal,
venda pacata e decente;
havia sempre jornal,
e “quartinhos” de aguardente.
O velho José Farelo,
GNR reformado;
compunha sapatos de ourelo
e todo o tipo de calçado.
O senhor João Sapateiro,
em obra fina um artista;
ganhava muito dinheiro
nos sapatos de corista!
Ali moravam cantoneiros,
que cuidavam da estrada,
pedreiros , relojoeiros,
e trabalhadores de enxada.
Mas a glória suprema
e que os levou ao delírio;
foi figurar no cinema,
no filme de Carlos Porfírio.*
* (Um Grito na Noite)
(1948)
José Elias Moreno
Almada
5.11.2013
há uma aldeia pequena;
quinze casas pequeninas,
Bate Cu...aldeia Morena.
Morena, porque Morenos
eram os seus proprietários;
senhorios de pequenos,
grandes artistas e operários.
Sem água, esgotos ou luz,
mas lixeira aberta ao céu;
o que por vezes conduz
a cagar de cu ao léu!
E por isso lhe chamaram
este nome feio e raro;
e nem se quer se lembraram
que estavam às portas de Faro.
No Ti Joaquim Farrajal,
venda pacata e decente;
havia sempre jornal,
e “quartinhos” de aguardente.
O velho José Farelo,
GNR reformado;
compunha sapatos de ourelo
e todo o tipo de calçado.
O senhor João Sapateiro,
em obra fina um artista;
ganhava muito dinheiro
nos sapatos de corista!
Ali moravam cantoneiros,
que cuidavam da estrada,
pedreiros , relojoeiros,
e trabalhadores de enxada.
Mas a glória suprema
e que os levou ao delírio;
foi figurar no cinema,
no filme de Carlos Porfírio.*
* (Um Grito na Noite)
(1948)
José Elias Moreno
Almada
5.11.2013
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