Na Conceição de Faro, no tempo em que as casas eram caiadas, usava-se o "pézinho", uma espécie de rodapé pintado.
O pincel era passado no ângulo formado entre a parede e o pavimento, fazendo uma barra, caiada uma parte na parede e a outra no chão, como se fosse um pé que contornava todo o pavimento.
O "pézinho" era feito tanto no interior como no exterior das casas e a largura da barra no chão andava entre os 3 e os 8 centímetros, dependendo do gosto e da destreza da dona de casa .
Não se usando o actual rodapé para proteger a parte inferior das paredes, ao fim de algumas limpezas do pavimento a parede ficava suja e era necessário renovar o "pézinho".
Assim, enquanto as casas eram caiadas na melhor das hipóteses uma vez por ano, o "pézinho" era caiado amiúde para dar um aspecto fresco, limpo e asseado á casa.
Para caiar as casas normalmente chamava-se o caiador enquanto o "pézinho" era a própria dona de casa que o fazia.
Caiava-se utilizando a cal que se comprava em pedra (cal viva) e que era necessário "abrir" para usar.
Abria-se de véspera a cal viva, juntando-lhe água e "mexendo". A mistura começava por ferver durante algum tempo e aos poucos ia-se transformando numa pasta branca (cal aberta) com a qual se caiava.
"Conceição freguezia derramada por cazaes a N.O. de Faro, quasi toda em terreno plano e de boa produção de cereaes e algum figo. Igreja mediana em fábrica, junto á ribeira que vêm á ponte do Rio Secco na estrada de Faro, só com casas do parocho ao pé, o qual pagava outr´ora 400 réis por anno ao prior de S. Pedro de Faro, de reconhecença. Confina com Estoi ao N., S. João da Venda e Stª. Barbara a O., Faro a S., Pexão a E. ... antigo curato de apresentação do Bispo no termo de Faro..."
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JJ Rodrigues