Longe vão os tempos em que na Conceição de Faro se aguardava pelo dia 29 de Setembro, "dia de São Miguel" para se iniciar o "rabisco".
A partir deste dia qualquer pessoa podia entrar na propriedade alheia e "rabiscar" para si, as amêndoas e alfarrobas que não tinham sido apanhadas ou ficado perdidas na altura da apanha.
Na falta de outro trabalho algumas pessoas dedicavam-se ao "rabisco" recolhendo estes frutos que depois vendiam.
Com uma vara e uma alcofa, as árvores e o terreno eram minuciosamente "rabiscados" procurando encontrar os frutos que os olhos dos apanhadores não tivessem visto.
Por vezes também os próprios proprietários davam ou mandavam dar uma segunda apanha ou "rabisco", antes desta data, para se assegurarem que não ficavam frutos perdidos e á mercê dos futuros rabiscadores.
Hoje, são poucas as amendoeiras e alfarrobeiras que subsistem na Conceição de Faro e com as propriedades devidamente vedadas não permitem o "rabisco", pelo que este hábito caiu em desuso.
Por outro lado, "rabiscar" também significa, dar uma última apanha nos frutos ou legumes, já no final da sua produção, apanhando os últimos e já escassos que ainda possam haver.
"Conceição freguezia derramada por cazaes a N.O. de Faro, quasi toda em terreno plano e de boa produção de cereaes e algum figo. Igreja mediana em fábrica, junto á ribeira que vêm á ponte do Rio Secco na estrada de Faro, só com casas do parocho ao pé, o qual pagava outr´ora 400 réis por anno ao prior de S. Pedro de Faro, de reconhecença. Confina com Estoi ao N., S. João da Venda e Stª. Barbara a O., Faro a S., Pexão a E. ... antigo curato de apresentação do Bispo no termo de Faro..."
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JJ Rodrigues