(Foto de José Carlos)
Manuel do Rosário foi o amigo que hoje de manhã encontrei á porta do José Carlos, tal como habitualmente acontece aos sábados de manhã quando por lá paramos, para fazer as compras.
Como havíamos combinado no ultimo sábado o Manuel entregou-me dois dos seus trabalhos em verso para publicar aqui.
Ficámos um pouco na conversa á qual se juntou o José Carlos que aproveitou para fazer uma foto actualizada do Manuel.
Na breve conversa, recordou-me que nasceu no interior da serra algarvia, nos Montes Novos, Salir, Loulé e que aos vinte anos de idade, veio trabalhar para Faro, como jardineiro.
Ao cabo de alguns anos emigrou para França onde se manteve cerca de ano e meio, regressando novamente a Faro, para trabalhar na construção civil.
Alguns anos depois voltou á sua profissão de jardineiro indo trabalhar para o Jardim da Alameda e mais tarde para o hospital de Faro, onde se manteve por 25 anos, até á sua aposentadoria.
Prestes a completar os 80 anos, continua a residir na Chaveca, Conceição de Faro, onde sempre residiu excepto no tempo em que esteve em França, motivo até porque ganhou a alcunha de "Manel da Chaveca", também conhecido pelo "Manel da Filipa".
Poeta popular, repentista e improvisador, é também um exímio tocador de ferrinhos que acompanhou o Rancho Folclórico da Casa do Povo, durante alguns anos, assim como a Charola, onde encantava com as suas "vivas de improviso".
É imbatível no canto ao desafio ou desgarradas, tendo sempre resposta pronta e acertada para o que quer que seja, terminando todas as suas quadras com uma breve e característica gargalhada.
É este o Manuel do Rosário que conheço praticamente desde a minha infância, quase sempre bem disposto, que se juntava ao grupo das "futeboladas" de todas as tardes, no largo onde é hoje a Casa do Povo e que gostava de jogar a guarda-redes.
Agora o Manel desce quase todas as tardes até á aldeia para se juntar ao grupo de amigos que no "café FF", disputam renhidos e animados jogos de dominó e aos quais dedicou os versos seguintes:
Ao dominó vou jogar
Um pouco para entreter
Vou ver se posso ganhar
Que não gosto de perder!
O Zé Maria Baltazar
Quando joga a meu lado
Se não o deixo ganhar
Fica todo chateado!
Lá tá o Manuel João
Que não sabe o que fazer
Fica com o jogo na mão
Depois diz que foi sem querer!
Também não é todo tonto
O amigo Adelino
Fica sempre com pouco ponto
E pede outro cappuccino!
O António carpinteiro
Não vai muito ao desleixo
Como é muito matreiro
Joga sempre para o fecho!
E há o Manuel Mestre
Que também gosta de jogar
Mas é uma grande peste
Leva uma hora a pensar!
(Manuel do Rosário António)
Manuel Do Rosário Antonio, um grande poeta, simples,honesto e com grande coração, obrigado por lembrar, este senhor e os versos,que continua a fazer.
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