"... quintas de passar cheques!"
1º Poema
Seis de Outubro. Cedo, ao acordar,
com o Discurso ainda presente;
pego na vara ...vou varejar,
como mandou o senhor Presidente.
Estendo o toldo ao comprido no chão,
olho para cima; amêndoas poucas,
quem me teria pago o sermão...
...para ter tido ideias tão loucas.
Dou varadas atrás de varadas,
nos ramos secos e nas pernadas.
Escorre-me o suor pela cara;
maldita hora em que peguei na vara.
Uma quinta p'ra ajudar à reforma,
porque o campo é bom p'ra saúde;
seja como for, mas de qualquer forma,
era bom ter alguém que me ajude.
Ao fim do dia estou estourado.
Sento-me de papel e lápis na mão;
vamos ás contas e o resultado:
uma tremenda desilusão.
Paguei a lavoura, rega, pesticidas,
mais a poda, adubos e herbicidas,
gasóleo p'ró tractor, impostos e salários,
e não fiz a conta aos meus honorários.
Devia ter produzido ao quadrado,
isto dá-me cabo da cachimónia.
Ao preço a que está o mercado,
mais vale importar da Califórnia.
Senhor Presidente, eu não consigo.
Permita que o diga sem salamaleques:
passa-se comigo, o que se passa consigo,
temos duas quintas de passar cheques.
Claro que concordo com o senhor;
devemos trabalhar... até rebentar!
mas com produções deste teor,
a crise tão cedo não vai acabar.
José Elias Moreno
Faro:6.Out.2011
"Conceição freguezia derramada por cazaes a N.O. de Faro, quasi toda em terreno plano e de boa produção de cereaes e algum figo. Igreja mediana em fábrica, junto á ribeira que vêm á ponte do Rio Secco na estrada de Faro, só com casas do parocho ao pé, o qual pagava outr´ora 400 réis por anno ao prior de S. Pedro de Faro, de reconhecença. Confina com Estoi ao N., S. João da Venda e Stª. Barbara a O., Faro a S., Pexão a E. ... antigo curato de apresentação do Bispo no termo de Faro..."
Sem comentários:
Enviar um comentário
Olá amigos
Usem a caixa abaixo para escrever a Vossa mensagem de forma correta e sucinta, tratando apenas um assunto em cada comentário (mensagem).
Obrigado
JJ Rodrigues