-Estás bom Zé?
E ele: -Tá bom senhor José?
Brinquei, disse-lhe: -O Senhor está no céu...
Ele: -Então como vai vossemecê?
Desisti. Não vale a pena. Ele sempre me trata assim. Senhor José!
Sendo da mesma idade conhecemo-nos desde sempre. Em criança, 5 ou 6 anos, o Gil teve um terrível acidente quando brincava junto a um carro de mula que se desequilibrou e lhe caiu em cima, esmagando-lhe uma perna.
Este acidente fez atrasar por um ano a sua entrada na escola primária.
Escola primária que não lhe correu bem e que julgo não concluiu. Assim, o José Gil começou a trabalhar ainda muito novo, primeiro na agricultura depois na construção civil.
Muito enérgico, esperto e aplicado era o ajudante que os mestres pedreiros queriam ter. Mas, mais uma vez a vida pregou-lhe uma partida e aos poucos foi ficando agarrado ao vicio do álcool.
Deixou de ser assíduo no trabalho e foi despedido. Volta á agricultura, mas em trabalho precário e sazonal, trabalhando aqui e ali, sem local certo, até porque continuava a não ser assíduo, combinando e faltando ao compromisso.
O vicio da bebida puxava-o para outro local que não o do trabalho.
Perdendo um pouco o controle sobre si próprio, por vezes, era alvo de brincadeiras pouco dignificantes, dos seus camaradas de taberna e passou a ser visto com algum desprezo, pela maioria dos que com ele conviviam.
Hoje, passados os 60 anos, estas e outras desgraças da vida, tiraram-lhe um pouco a lucidez e energia que tinha.
No entanto, o Gil gosta de ciclismo e no domingo de manhã lá estava na apresentação da nova equipa de BTT de Conceição de Faro.
Quando dirigi a máquina fotográfica para ele, aprontou a pose para a foto que lhe prometi publicar.
Aqui está ela amigo Zé, para que os verdadeiros amigos, vejam!
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JJ Rodrigues