domingo, 20 de novembro de 2016

HÁ RAPOSAS NA CONCEIÇÃO DE FARO


Há dias, vários  amigos queixavam-se das visitas nocturnas de raposas aos seus galinheiros com a consequente perda de ovos e galinhas.

Alguns afirmavam mesmo tê-las visto em pleno dia,  a rondar as suas propriedades, mas ao pressentirem a presença humana, se afastaram rapidamente desaparecendo por entre as árvores.

Os animais que fogem dos caçadores que nos matos circundantes da freguesia, cerros de Guelhim, Malhão e Sâo Miguel, por ali andam aos tiros, vêm até ás hortas onde conseguem alimentar-se, com as galinhas, os ovos e os coelhos bravos que por aqui também andam à procura de alimento.

Longe vão os tempos em que na Conceição de Faro, se costumava recompensar, a pessoa que matava uma raposa.

Nessa época matar uma raposa significava merecer a gratidão das pessoas das redondezas que dessa forma se viam livres de um dizimador natural dos seus galinheiros.

A pessoa pedia a recompensa andando de casa em casa, com a raposa morta às costas, por vezes já em adiantado estado de decomposição, pelo que o cheiro não era nada agradável.

Habitualmente recebia como recompensa, ovos ou outros produtos da terra.

Tal costume foi desde há muito tempo completamente abandonado pelo que  por aqui, as raposas pouco têm a recear e vêem, embora com natural cautela, até muito próximo das nossas habitações, no entanto, desconfiadas correm e escondem-se ao mais pequeno sinal de perigo.

Infelizmente as raposas ainda são abatidas no nosso país em caçadas organizadas, ao contrário de outros países em que a sua caça é por lei proibida.

sábado, 5 de novembro de 2016

REBUÇO



Mais uma palavra caída em desuso e consequentemente esquecida que foi aos poucos saindo do nosso vocabulário.

Para aqueles que não conhecem, digo que aqui na nossa aldeia se punha um "rebuço"  na boca dos burros para que não nos mordessem.

Utilizando a própria arreata fazia-se uma espécie de "noila" (nó corrediço) à volta da boca do animal para o obrigar a mantê-la fechada.

Em sentido figurado também nós nesse tempo, tínhamos uma espécie de rebuço que nos impedia de abrir a boca e dizer ou protestar fosse o que fosse.

Agora fala-se à vontade e sem rebuço, por isso o esquecemos!